Na sessão desta segunda, vereadores voltaram a trocar acusações em torno do polêmico projeto de reeleição da mesa diretora
Público participou da sessão com faixas questionando o projeto
Fábio Ferreira
A sessão desta segunda-feira, da Câmara de Votuporanga, ferveu. Mesmo sem estar na ordem do dia, novamente o polêmico projeto de reeleição da mesa diretora veio à tona. O presidente da Casa de Lei, Eliezer e o vereador Jura chegaram a bater boca e trocar acusações. Outros vereadores também fizeram discursos duros em relação ao projeto. A sociedade organizada se manifestou através de faixas e aplausos no auditório. Padres também compareceram na sessão.
O primeiro a tocar no assunto do projeto foi o vereador Osmair Ferrari, que acusou estar sofrendo pressão por conta de sua posição. Mas foi no discurso do vereador Jura (PT) que o debate ficou acalorado. O vereador do PT simulou que Eliezer teria interesse pessoal na aprovação do projeto. Ele acusou o presidente de participar de alguma articulação política para as eleições municipais de 2016.
"Não sei o que está por trás do interesse de sua pessoa, mas tem três meses que o senhor trabalha nesta articulação. Este assunto envolveu pessoas que não tem nada a ver com a Câmara. Presumo que tenha algo a ver com 2016. Se isso não tem nada a ver, acho que o prefeito deve trabalhar contra a aprovação deste projeto. Porque se for aprovado, tenho certeza que o presidente será o Eliezer", discursou. Em seguida, Jura rebateu a fala de Elieser, que lembrou de seu suposto voto favorável a reeleição em 2000. Jura justificou que estava cumprindo uma determinação do Tribunal de Justiça do estado de São Paulo, que julgou inconstitucional o mandato da mesa para um ano.
Após a fala do vereador do PT, Eliezer ao reassumir a presidência, disse que por ter sido citado daria as devidas explicações. Jura então interrompeu e acusou o presidente de autoritarismo e ditador, afirmando que Eliezer não teria prerrogativas de responder discursos, já que sua função seria apenas de presidir a reunião. Neste momento, inicou-se um bate-boca entre os vereadores.
Elizer voltou a assinalar que o vereador foi incoerente em votar a favor em 2000 e hoje se posicionar contrário. Por fim, Eliezer ainda acusou Jura de todo o desgaste em torno deste projeto. "Isso é legal, a lei orgânica permite. Todo esse desgaste, essas faixas que estão aqui hoje é tudo por sua culpa", insinuando que os portadores de faixas eram militantes do PT.
O presidente ainda disse que não tem intenção de articular nada para 2016 (ano das eleições municipais). "Essa presidência não tem a intenção de burlar nada, na verdade não sei nem se serei candidato a vereador na próxima eleição", concluiu.
Pedro Beneduzzi, André Figueiredo, Matheus Rodero foram outros vereadores que fizeram críticas a prolongação e tamanha proporção que atingiu a votação deste projeto. Quatro faixas da sociedade foram estendidas no auditório. Elas questionavam: "Casuismo e Continuismo: A quem interessa?" "Reeleição da mesa: Por que sou contra?" "É certo mudar as regras no meio do jogo?" "Reeleição da mesa: Por que sou a favor?" O assunto deve voltar com a mesma intensidade na próxima sessão.