Índice de Preços dos Supermercados (IPS/APAS) registra queda de 0,24% e inflação atinge 6.51% em 12 meses
Os preços nos supermercados de São Paulo tiveram queda de 0,24% em agosto em comparação com o ano anterior, segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAS). Esta é a terceira queda consecutiva (Junho-0,09%; Julho -0,44%). Mesmo diante de uma redução no mês, o IPS (Índice de Preços dos Supermercados), calculado pela Fipe/APAS, atingiu 4,34% no acumulado de janeiro a agosto.
De acordo com o gerente do Departamento de Economia e Pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano, no acumulado em 12 meses a alta nos preços atingiu 6,51%.
A título de comparação com agosto de 2013, os preços naquele mês apresentaram queda de 0,24%. A inflação acumulada era de 2,19% e a inflação em 12 meses era de 7,16%. Deste modo, a evolução dos preços de alimentos e bebidas nos últimos três meses têm se mostrado mais estável, contribuindo para a desaceleração da inflação no acumulado do ano.
A redução nos preços em agosto foi influenciada de maneira expressiva pela queda nos preços das frutas, legumes e verduras, que apresentaram retração de 1,60% no mês.
Apesar de um período de estiagem prolongada, o clima com temperaturas mais amena tem sido bastante favorável para o cultivo e produção destes itens. Aliado a isto, a entrada de novas safras no mercado interno contribui para um comportamento favorável nos preços.
Há um equilíbrio entre a oferta e a demanda dos produtos como frutas, legumes e verduras, favorecendo a estabilização de estoques destes alimentos e, consequentemente, reduzindo seus preços ao consumidor.
No acumulado de 2014 (de janeiro a agosto), a alta ainda é de 1,19%, e no acumulado de 12 meses, há uma redução de 4,62%. Os itens que apresentaram maior queda de preço em agosto foram: batata (-23,64%), couve (-12,69%), repolho (-7,15%), alface (-6,40%), feijão (-6,33%).
Os preços dos semielaborados (carnes, cereais e leite)apresentaram queda em agosto de 0,84% impactados diretamente pela redução nos preços das carnes bovinas (-0,95%), do feijão (-6,33%) e do arroz (-3,39%). Em 12 meses, a elevação dos preços dos semielaborados é de 5,15% e no acumulado do ano (janeiro a agosto) a alta é de 2,35%.
Produtos industrializados - Os preços dos produtos industrializados apresentaram queda em agosto registrando variação de -0,18%. A contribuição negativa esteve relacionada à retração nos óleos (-3,14%) e massa (-0,20%). Em 12 meses a elevação nos preços dos produtos industrializados é de 8,22% e no acumulado do ano (janeiro a agosto) a alta é de 4,74%.
Bebidas alcoólicas - Os preços das bebidas alcoólicas tiveram alta em agosto, com variação de 2,01%, reflexo da elevação do preço da cerveja em 2,53%. Em 12 meses a alta nos preçosé de 7,16% e no acumulado do ano (janeiro a agosto) a alta é de 2,91%. As bebidas não alcoólicas registram alta de 0,50%, diante da alta, principalmente, nos preços de refrigerante (0,73%). Em 12 meses a alta nos preços é de 9,20% e no acumulado do ano (janeiro a agosto) a elevação é de 6,57%.
Produtos de limpeza - Os preços dos produtos de limpeza tiveram alta de 1,41% impactados pela elevação no preço do sabão em pó (1,72%) e sabão em barra (0,28%). Os artigos de higiene e beleza apontaram queda de 0,22% impactados pela elevação nos preços das fraldas descartáveis (-3,70%). Em 12 meses, a elevação nos produtos de limpeza e nos artigos de higiene e beleza, respectivamente, foram de 12,37% e 7,89%. No acumulado de janeiro e agosto, houve alta nos preços dos produtos de limpeza (9,58%) e alta nos preços de artigos de higiene e beleza (5,69%).
Em agosto, as variações negativas estiveram presentes em 50% dos itens, de acordo com o índice de difusão (proporção das variações de preços negativas), ficando acima da média, que é de 43,14%.
Na avaliação desde a criação do Plano Real, em 1994, o IPS/APAS apresenta variação acumulada de 158,77%, enquanto que o IPCA/IBGE (São Paulo) - Alimentos e Bebidas apresenta alta de, aproximadamente, 331,03%; o IPCA/IBGE (Brasil) - Alimentos e Bebidas,de 344,99%, o IPC-FIPE, de 272,21% e o IPA/FGV tem variação de 502%.
A evolução dos preços ao longo dos anos aponta uma elevação mais moderada no setor supermercadista, diante de sua característica de concorrência, onde os ganhos de eficiência e produtividade, aliados às constantes negociações junto à indústria, possibilitam preços mais competitivos.