Economistas avaliam que o consumidor deve tentar evitar ao máximo o uso do cheque especial por conta das altas taxas cobradas pelas instituições financeiras. Para eles, esta é uma linha de crédito para momentos de necessidade e deve ser utilizada por um período reduzido de tempo. Junto com o cartão de crédito rotativo (quando o cliente não paga toda a fatura), o cheque especial tem as maiores taxas de juros do mercado.
Apesar da alta dos juros bancários nas operações com cheque especial, o Banco Central tem observado que o volume delas não é representativo quando se compara com o estoque total das operações de crédito. De acordo com a instituição, representam menos de 5% de todas as operações em mercado.
Cartão de crédito
Segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), a taxa de juros cobrada pelos cartões de crédito atingiu, em dezembro, a maior taxa desde 1999. Os juros são cobrados quando as pessoas não pagam toda a fatura. De acordo com o levantamento, os juros da modalidade subiram pelo segundo mês seguido, e alcançaram uma média de 258,26% ao ano em dezembro do ano passado. Com uma taxa dessas, uma dívida de R$ 100 no cartão chega, após 12 meses, a R$ 358,26. O BC não calcula a taxa de juros das operações com cartão de crédito.
Consignado, crédito pessoal e veículos
No caso das operações de crédito pessoal para pessoas físicas (sem contar o consignado), de acordo com o Banco Central, a taxa média cobrada pelos bancos somou 102% ao ano em dezembro do ano passado, contra 103,7% ao ano em novembro. No acumulado de 2014, essa taxa avançou 15,9 pontos percentuais, uma vez que estava em 86,1% ao ano no fechamento de 2013.
Ainda segundo a autoridade monetária, a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras nas operações do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) somou 25,9% ao ano em dezembro, em comparação com 25,7% ao ano em novembro. Essa é uma das linhas de crédito com menor taxa de juros do mercado. Em todo ano passado, a taxa avançou 1,5 ponto percentual, pois estava em 24,4% ao ano em dezembro de 2013. Com isso, subiu abaixo da média de 5,4 pontos de todas as operações de crédito para pessoas físicas em 2014.
Segundo o BC, a taxa média de juros para aquisição de veículos por pessoas físicas, por sua vez, somou 22,3% ao ano em dezembro, contra 22,7% ao ano em novembro do ano passado. Em 2014, a taxa teve alta de 1 ponto percentual, pois somava 21,3% ao ano em dezembro de 2013. Mesmo com juros relativamente baixos, informou a autoridade monetária, o crédito para veículos teve retração de 4,4% em 2014.