A sentença de pronúncia mandou para o banco dos réus Thiago Luciano Moura e o amigo que lhe auxiliou no crime, André Isac
O crime ocorreu em uma padaria de Floreal, em junho deste ano; Thiago Luciano e André Isac sentarão no banco dos réus (Foto: Reprodução)
Franclin Duarte
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O juiz da Vara Única da Comarca de Nhandeara, Wendel Alves Branco, determinou que o caso do filho que matou o próprio pai a pauladas em uma padaria na cidade de Floreal seja julgado pelo Tribunal do Júri. A sentença de pronúncia saiu nesta semana e mandou para o banco dos réus Thiago Luciano Moura Sanches e também o amigo que lhe auxiliou no crime, André Isac Guilhermino Pereira.
Thiago e André foram pronunciados pelo crime de homicídio qualificado (por meio cruel), pela morte de Tiago Donizete Sanches no dia 22 de junho deste ano. De acordo com a acusação do Ministério Público, Thiago Luciano teria atacado o pai, Tiago Donizete, com um pedaço de madeira, provocando ferimentos que levaram à morte. André Isac, que também estava armado com um pedaço de madeira, teria ajudado na ação, garantindo que o crime fosse cometido e impedindo que outras pessoas interferissem.
O promotor afirmou que o homicídio teria acontecido por vingança, com crueldade e de forma a dificultar a defesa da vítima. Mas o juiz entendeu que apenas a acusação de crueldade deve ser mantida. Isso porque, segundo os autos, a vítima tinha um histórico de violência contra a família, inclusive contra o próprio filho e a ex-companheira, o que afasta a ideia de motivo torpe (considerado repugnante ou desprezível).
O juiz também descartou a tese de que a vítima não teve chance de defesa, avaliando que a forma como o ataque aconteceu não caracteriza essa situação. Por outro lado, a acusação de crueldade permanece, já que os golpes teriam sido repetidos e intensos, o que será analisado pelo Tribunal do Júri.
Na mesma decisão, o juiz concedeu liberdade provisória a Thiago Luciano e André Isac. Ele considerou que os dois são jovens, réus primários, têm bons antecedentes e não apresentam risco de voltar a cometer crimes, já que a situação estaria ligada a conflitos pessoais com a própria vítima.
Com isso, Thiago Luciano Moura Sanches e André Isac Guilhermino Pereira foram pronunciados para responder por homicídio qualificado por meio cruel, em concurso de pessoas. Agora, os dois acusados vão a julgamento pelo Tribunal do Júri, que terá a responsabilidade de decidir se eles serão absolvidos ou condenados pelo homicídio.
A defesa
A defesa dos acusados é comandada pelo advogado votuporanguense Douglas Fontes. Procurado pelo
A Cidade, o jurista afirmou que a decisão do juiz de libertar os acusados foi acertada, tendo em vista que foi um caso isolado na vida dos dois acusados.
“Como o próprio juiz disse, não existe comprovação de perigo em abstrato. Foi só aquele fato na vida dos dois rapazes. E no que se refere ao julgamento, a defesa confia que no dia do júri vai ser proferida a sentença da melhor forma, individualizando o que cada um fez, a responsabilidade de cada um, e cada um sendo apenas julgado por aquilo que fez, na forma que fez”, concluiu.