O senhor Uelinton Garcia Peres, professor e diretor aposentado, relembra as décadas em que ensinou gerações em Votuporanga e região
O senhor Uelinton Garcia Peres relembrou as décadas em que se dedicou à educação e comentou sobre os desafios que a categoria enfrenta (Foto: A Cidade)
Pedro Spadoni
pedro@acidadevotuporanga.com.br
Em 1963, durante o governo de João Goulart, foi estabelecido que o Dia Nacional do Professor seria comemorado em 15 de outubro. No ano seguinte, o senhor Uelinton Garcia Peres entrava pela primeira vez numa sala de aula como professor.
Para homenagear o dia desta categoria, o jornal
A Cidade conversou com senhor Uelinton, que foi professor durante 35 anos e atuou, em paralelo, como diretor. Em entrevista, ele relembrou as décadas em que se dedicou à educação em Votuporanga e região - e também alguns alunos que, hoje, são bem conhecidos na cidade – e comentou sobre os desafios que a categoria enfrenta atualmente.
Trajetória
O senhor Peres começou a dar aula em Nhandeara, no ano de 1964. Depois, ele passou por Tanabi e Buritama, onde lecionou por um ano em cada cidade, até que, em 1968, chegou a Votuporanga.
“Em Votuporanga, eu dei aula no Instituto de Educação Manuel Lobo [que atualmente é uma escola estadual] e na Fundação Educacional [FEV], no colegial. Tanto que fui um dos criadores do colegial na Fundação”, contou.
Na década de 1970, o senhor Uelinton assumiu a diretoria do antigo Colégio Agrícola, que, atualmente, é a Etec de Votuporanga. Já em 2011, o senhor Peres se aposentou no cargo de diretor, só que do CEM (Centro de Educação Municipal) “Deputado Narciso Pieroni”.
Nessas mais de três décadas de experiência, o senhor Uelinton deu aula para gerações de votuporanguenses. Entre tantos nomes que passaram pelas suas listas de chamada, estão alguns que, hoje, são bem conhecidos na cidade: Carlos Pignatari (o deputado Carlão, presidente da Alesp) e Douglas José Gianoti (empossado, recentemente, como novo diretor-presidente da FEV). Foi na Fundação, aliás, onde o dr. Gianoti foi aluno do senhor Peres.
Categoria
Para o senhor Uelinton, o professor é uma categoria profissional que passou por desvalorização em diversas frentes nos últimos anos.
“O professor era mais valorizado e respeitado. Os pais e os alunos respeitavam a autoridade do professor. Mesmo do ponto de vista financeiro, era um bom emprego. Infelizmente, foi piorando. E o respeito aos professores foi acabando. Hoje em dia, professor é uma classe muito sofrida e sem prestígio”, disse.
Ele também contou que na época em que atuou como professor em Votuporanga, sua “missão” era justamente proteger os professores.
“Se algum pai ou mãe viesse reclamar, era comigo. O professor está na sala de aula para ajudar e ensinar”, finalizou o senhor Peres.