Daniel Marques
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A Arquidiocese de São José do Rio Preto determinou a criação de uma comissão para investigar o fenômeno atribuído à imagem de Nossa Senhora de Fátima, pertencente à fiel Lilian Aparecida Montemor, moradora de Mirassol.

Segundo os devotos, a imagem, que ficou popularmente conhecida como Nossa Senhora do Mel, verte mel, sal, azeite e vinho. A imagem foi adquirida por Lilian em 1991, durante uma viagem a Portugal, e, de acordo com relatos, começou a apresentar os primeiros sinais considerados extraordinários em março de 1993, quando uma funcionária da casa percebeu que a peça estava molhada e soltando lágrimas. Em seguida, a imagem teria começado a verter sal, mel e azeite, e, conforme os fiéis, jorra mel de forma ininterrupta há mais de trinta anos.

O fenômeno atrai devotos de diversas partes do país e, até o momento, é considerado inexplicável pela ciência. Em agosto do ano passado, a cantora Elba Ramalho esteve na Igreja Santa Rita de Cássia, em Mirassol, onde cantou e rezou diante da imagem.

De acordo com o arcebispo de São José do Rio Preto, Dom Antônio Emídio Vilar, a comissão formada para conduzir a investigação é composta por um teólogo, um canonista, um perito, um notário e um delegado. A iniciativa atende às normas da Igreja Católica diante dos questionamentos feitos por fiéis e busca, segundo o arcebispo, integrar aspectos científicos, doutrinários e pastorais. As atividades da comissão seguem critérios estabelecidos pela Santa Sé e são realizadas sob sigilo canônico. “A Comissão testemunha a lisura e a seriedade dos procedimentos requeridos pela Santa Sé. É uma atividade necessária destinada a responder a tantos que nos procuram em busca de informações acerca desses fenômenos”, explicou.

Entre as ações previstas, a comissão deverá coletar amostras dos líquidos que supostamente vertem da imagem para análise de sua composição. Também serão observados os atos de veneração e as orações realizadas pelos fiéis, a fim de verificar se estão de acordo com os preceitos da doutrina católica. Apesar da instauração da investigação, a Arquidiocese informou que o arcebispo não orientou a suspensão da devoção nem da peregrinação até a imagem.