O criminalista Douglas Fontes explicou ao A Cidade os motivos que levaram a polícia a não prender as mulheres envolvidas na confusão
O criminalista Douglas Fontes explicou ao A Cidade os motivos que levaram a polícia a não prender as mulheres envolvidas na confusão (Foto: Divulgação)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
As agressões que levaram à morte de Lair Barth ganharam repercussão regional, já que as cenas de violência foram gravadas por pessoas que acompanharam a confusão e se espalharam pelas redes sociais. Por isso, mesmo com a prisão do autor da cotovelada fatal, muitos ainda cobram a prisão dos demais envolvidos nos fatos, principalmente das mulheres que teriam iniciado a briga.
Diante dos questionamentos o jornal
A Cidade procurou o advogado Douglas Fontes, um dos criminalistas mais respeitados de Votuporanga, para avaliar o caso. Segundo o jurista, que também é professor de direito processual penal universitário desde 2011, a legislação brasileira prevê limites claros quanto à responsabilização penal.
“Pelo que se vê no vídeo, se elas xingaram ou ofenderam, poderiam eventualmente responder por crime contra a honra. No máximo, poderiam ser enquadradas por ‘vias de fato’, que é uma contravenção penal”, explicou.
Contravenções penais são infrações leves, diferentes de crimes. Estão previstas na Lei de Contravenções Penais (Decreto-Lei nº 3.688/1941) e geralmente resultam em penas mais brandas, como multa ou prestação de serviços à comunidade, raramente levando alguém para a cadeia.
O criminalista acrescenta que a responsabilização por lesão corporal ou homicídio só seria possível caso se comprovasse que elas instigaram ou incentivaram o autor da agressão a cometer a violência, o que não se vê nas imagens do caso. Ou seja, a participação na confusão ou provocação verbal não configura crime de lesão corporal grave ou homicídio.