Nas últimas horas, também ganhou força a permanência de Fernando Haddad na Educação
Da Redação
A 15 dias do prazo que estabeleceu para a montagem do seu governo, a presidenta eleita Dilma Rousseff resolveu acelerar a escolha dos ministros do restante da Esplanada. Além de acertar com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), a nomeação de Sérgio Côrtes na Saúde, ela definiu o nome de Paulo Bernardo para as Comunicações. Nas últimas horas, também ganhou força a permanência de Fernando Haddad na Educação.
O Ministério das Comunicações é comandado há seis anos pelo PMDB. Por isso Dilma precisa acertar com o partido como será feita a contrapartida. Os peemedebistas sonham emplacar um nome nas Cidades para compensar a perda nas Comunicações. Nesse caso, o mais cotado é Moreira Franco, dirigente nacional do PMDB.
O nome de Paulo Bernardo para as Comunicações vem sendo gestado desde a semana passada, quando ele próprio confirmou ter sido convidado por Dilma para permanecer no governo. Contudo, na oportunidade, não foi revelada qual pasta ele assumiria. Aliados podem facilitar a entrada de Bernardo do ministério. Presidente de Telebras, Rogério Santanna trabalhou com Bernardo na pasta do Planejamento.
É provável que a pasta das Cidades fique com o PMDB para compensar a perda das Comunicações. O problema é que esse ministério é da cota da bancada peemedebista do Senado. Em abril deste ano, o senador Hélio Costa (PMDB) resolveu deixar a pasta para concorrer ao governo de Minas Gerais. Semana passada, ele tentou articular sua volta para se cacifar para assumir a presidência de Furnas, estatal com sede em solo mineiro.
Apesar de brigar por seu espaço nas Comunicações, o PMDB do Senado quer mesmo é manter o comando do Ministério de Minas e Energia. O principal objetivo é promover o retorno do senador Edison Lobão (PMDB-MA) ao comando da pasta. Ele também havia saído do cargo para disputar a eleição em outubro. Reeleito para mais um mandato no Senado, tem o apoio de Renan Calheiros e José Sarney para voltar para a Esplanada.
Em meio às definições de espaços entre os aliados, o ministro Fernando Haddad também aparece com força para ficar na Educação. Ele se enfraqueceu por conta dos problemas da realização do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). No entanto, contou com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é até agora a pessoa que tem mais influenciado Dilma na escolha dos ministros do próximo governo.
PMDB
Depois de duas rodadas de negociações com a presidente eleita, Dilma Rousseff, o PMDB já dá como certo que vai se manter na Agricultura, permanecendo com o ministro Wagner Rossi, e conquistar a pasta das Cidades. O nome mais cotado para o Ministério das Cidades é o do deputado gaúcho Mendes Ribeiro (PMDB-RS). O nome tem a aprovação das lideranças do partido e vai ao encontro da intenção da presidente em 'premiar' um parlamentar que ajudou a manter a maioria do PMDB na base aliada da campanha dela - uma banda dos peemedebistas gaúchos tentou liberar o partido do compromisso de apoiar Dilma, declarando-se neutro na disputa presidencial de segundo turno.
Saúde
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), confirmou ontem que o secretário de Saúde do Estado, Sérgio Côrtes, aceitou o convite da presidente eleita, Dilma Rousseff, para ser ministro da pasta no governo federal. "Dilma foi muito enfática na campanha, na admiração do trabalho que nós realizamos aqui na saúde pública. E o secretário Sérgio Côrtes será o ministro da Saúde. Para nós, é uma honra. Já foi feito o convite da presidente Dilma a mim, eu já o consultei e ele aceitou", disse Cabral.
Segundo o peemedebista, a Secretaria de Saúde do Rio será comandada pela subsecretária Monique Fazzi. Cabral se reuniu na noite de ontem com Dilma. Até agora, Dilma já oficializou Guido Mantega no Ministério da Fazenda, Miriam Belchior no Ministério do Planejamento e Alexandre Tombini no Banco Central.
Também já foram confirmadas as escolhas de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula, para chefiar a Casa Civil, e de Gilberto Carvalho, atual chefe de gabinete do presidente, para a Secretaria Geral da Presidência.
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