Com umidade do ar abaixo de 20%, cidade está em alerta extremo para incêndios; Defesa Civil reforça cuidados diante da situação
Uma área de cerca de 4 alqueires foi devastada por um incêndio ontem em Votuporanga; fumaça tomou conta de toda cidade (Foto: Defesa Civil)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuproanga.com.br
Um incêndio de grandes proporções devastou uma área de mais de 4 alqueires (o equivalente a 14 campos de futebol), na tarde de ontem, nas proximidades Jardim Vivendas, zona Sul de Votuporanga. O fogo mobilizou todo o contingente do Corpo de Bombeiros, equipes da Defesa Civil e servidores da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, já que havia um grande risco de atingir casas próximas, inclusive as moradias em construção nas obras de desfavelamento.
Caminhões-pipa foram deslocados para reforçar o trabalho das equipes, que também utilizaram técnicas de aceiro molhado e fogo controlado para conter o avanço das chamas em direção às residências próximas. Apesar da fumaça densa, não houve registro de feridos.
De acordo com o chefe do Departamento de Proteção e Defesa Civil, Jonatas Trevisan, o fogo teria sido provocado por ação humana. “Provavelmente foi ateado em lixo ou material seco. Com o vento forte, as chamas se espalharam rapidamente pela vegetação da área”, afirmou.
Trevisan destacou que não foi a primeira ocorrência dessa dimensão no município. “Já tivemos incêndios em reservas ambientais próximas e a situação preocupa. O efetivo é limitado, mas o trabalho integrado das equipes tem sido essencial. No entanto, é fundamental que a população colabore para evitar casos como esse”, disse.
Alerta
A queimada de ontem reforça o alerta de risco extremo em que Votuporanga se encontra. Com umidade do ar a níveis críticos (cerca de 20%), a cidade está ainda mais suscetível a esse tipo de situação o que, além de provocar estragos, piora da qualidade do ar. Ontem mesmo diversos moradores da zona Sul se queixaram sobre a dificuldade para respirar na região em razão da grande quantidade de fumaça.
“É importante redobrar os cuidados com crianças e idosos, evitar exposição prolongada ao sol, usar protetor solar e ingerir bastante líquido”, orientou. A recomendação também se estende ao meio rural. “Quem não tem coleta de lixo deve evitar queimar folhas ou restos de lavoura neste período. É preciso criar aceiros e tomar todas as precauções para não provocar incêndios de grandes proporções, como o que enfrentamos no Jardim Vivendas”, reforçou o chefe da Defesa Civil.
No ano passado, a região registrou um número recorde de queimadas, considerado “caótico” pelo órgão. A orientação para este ano é de que a população evite qualquer prática que possa gerar fogo em áreas abertas, incluindo o descarte de bitucas de cigarro às margens das rodovias.