Estive, entre os dias 27 e 29 de agosto, em Florianópolis, participando de um dos maiores encontros de inovação da América Latina, o Startup Summit 2025. Foram mais de 10 mil participantes presenciais, 200 palestrantes, 150 expositores e 250 fundos de investimento. Um verdadeiro universo de ideias, oportunidades e conexões.
O Sebrae-SP marcou presença acompanhando startups paulistas e reforçando seu compromisso com o desenvolvimento do ecossistema de inovação. Esses eventos são ambientes únicos para negócios e ao contrário de uma ligação fria para um cliente que está atolado de entregas e prazos, nas feiras todos estão disponíveis para conversar, trocar ideias e abrir espaço para novas parcerias. É justamente nesse ambiente efervescente que nascem as melhores conexões, que não servem apenas para fechar um contrato imediato, mas para plantar relações que podem florescer em grandes oportunidades.
Do evento, destaco três insights importantes. O primeiro é da palestra do Ricardo Amorim, ele trouxe que o cenário econômico tende a uma melhora para o ano que vem, justamente pela queda de juros. Quando acontece uma queda de juros tende-se a você não ficar numa aplicação tão conservadora, já que a taxa de juros está alta, você não precisa arriscar abrindo negócios. Com essa queda, começa a tirar esse dinheiro de um investimento mais seguro, mais cômodo, fixo, para assumir riscos em outros tipos de investimento. É onde que entra os negócios de startup em um cenário mais positivo para esse tipo de negócio em inovação.
O segundo ponto é que cada vez mais os empreendedores, e isso o CEO do iFood falou muito, estão praticando o pensamento não linear para crescimento, para desenvolvimento empresarial. Esse pensamento não linear é um novo termo para pensar o fora da caixa, mas não se bloquear em soluções muito padronizadas. Então, uma frase que me impactou muito é como a gente faz uma empresa crescer dez vezes mais? É nunca ficar preso a uma linearidade de crescimento ou de evolução, ou de atuação, e isso é o que trouxe muitas inovações para o iFood. Assim ele foi avançando para outros mercados, e daqui a pouco vai virar até um agente de pagamento em um banco digital.
E o terceiro ponto, que é a cereja do bolo, é o anúncio do FIC FIP Sebrae Germina, fundo pioneiro criado pelo Sebrae em parceria com o BTG Pactual Asset Management, durante o Start6up Summit. O fundo começa com aporte inicial de R$ 100 milhões do Sebrae Nacional e pode chegar a R$ 500 milhões até 2026, com a adesão de unidades estaduais da instituição. O Sebrae-SP já manifestou interesse em participar e avalia sua adesão como parte de uma estratégia para ampliar substancialmente o acesso de startups a capital e conexões estratégicas.
O Sebrae-SP também passa a integrar o grupo de sócios envolvendo o INOVA Startups, programa de investimento em startups em estágio inicial do Sebrae-SC, em parceria com a Bossa Invest. Também compõem o grupo: Sebrae Nacional, Raja Ventures, Unifique e BRDE. A quinta edição tem aporte inicial de R$ 3 milhões em 2025 e previsão de até R$ 15 milhões até 2028.
E por que isso é tão relevante para os pequenos negócios de cidades como Votuporanga? Porque, mesmo longe dos holofotes dos grandes centros, nossos empreendedores enfrentam desafios diários que exigem inovação, seja na gestão, na forma de vender ou no relacionamento com o cliente. A boa notícia é que o que há de mais novo em tecnologia, negócios e estratégias pode (e deve) chegar ao interior.
Um bom exemplo disso é o programa Brasil Mais Produtivo, que acaba de abrir um novo ciclo. Em parceria com o Sebrae, o Governo Federal, o Senai e a ABDI, o programa oferece consultoria personalizada por seis meses, com foco em produtividade, gestão e organização. Isso significa sair do modo “apagar incêndios” para começar a construir o futuro com método e estratégia.
O pequeno empresário de Votuporanga, muitas vezes, trabalha no limite, equilibrando contas, tentando manter o negócio de pé e tomando todas as decisões sozinho. Nesse contexto, programas como esse não são uma promessa de lucro rápido, mas uma oportunidade de entender melhor o próprio negócio, identificar gargalos e enxergar possibilidades que estão escondidas no dia a dia.
Seja você do comércio, da indústria ou dos serviços, microempreendedor (ME) ou dono de uma pequena empresa (EPP), a hora de inovar é agora. Participar de feiras, buscar capacitação e aproveitar iniciativas como o Brasil Mais Produtivo são passos que podem transformar o futuro do seu negócio.
A lição que trago do Startup Summit é simples: o mundo da inovação não está distante de nós. Ele começa quando abrimos espaço para aprender, conectar e construir juntos.