Atendente Marcieli Bonfin, de 26 anos, diz que está com medo de deixar filho na creche
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
A atendente Marcieli Martins da Silva Bonfin, de 26 anos, registrou na última quarta-feira (7) um boletim de ocorrência no Plantão Policial para preservação de direitos por, segundo ela, não aguentar mais pegar o filho, um bebê de 10 meses de idade, com hematomas causados por mordidas de outras crianças, após a criança ficar durante o dia na creche do bairro, no Jardim Alvorada. Segundo ela, foram quatro incidentes em cerca de 20 dias e por insegurança, não está levando o menino à creche. A Secretaria de Educação, Cultura e Turismo se manifestou sobre e caso e medidas já estão sendo tomadas para resolver o assunto.
A mãe Marcieli disse à reportagem que as mordidas começaram a aparecer no bebê no dia 18 do mês passado e que até a última quarta-feira, foram quatro as vezes em que buscou o filho na creche, com marcas de mordidas nos braços e nas pernas. Ela afirmou que desde o primeiro incidente, buscou conversar com monitoras, diretoras e até procurou a Secretaria, mas que anteontem, ao ver que o bebê foi entregue com machucados nas pernas, preferiu registrar o caso na polícia.
"Não vou deixar que meu filho fique na creche enquanto não resolver. Eu preciso que ele fique, porque eu trabalho, mas eu não posso deixar ele lá, temendo que seja machucado. Eles falaram que é normal que crianças mordam. Concordo. Mas duas, três vezes, ninguém está vendo isso? Tenho medo que aconteça algo pior, porque num só dia foi mordido três vezes e ninguém viu. Eu preciso da creche, mas sentindo que ele vai estar em segurança", contou.
Antes de expor o caso à imprensa, Marcieli passou a situação para a monitora que cuida do filho e para a diretora, mas no dia 26 de outubro, o bebê chegou com mais uma mordida em casa, em lugar diferente do corpo. "Depois teve reunião de pais e eu conversei com a diretora no final, e fui informada de que o caso seria verificado. No dia 6 de novembro, (terça-feira), de novo, meu filho chegou com três mordidas na perna e disseram que a mesma criança foi a responsável. Conversei então com a coordenadora das creches e escrevi uma carta do próprio punho explicando a situação e que gostaria de ter acesso as imagens do circuito interno de vigilância. Ela me ligou depois e me passou várias soluções para o caso, mas avisou que meu filho havia sido mordido de novo".
Questionada sobre o interesse em tornar o assunto público, Marcieli explicou que deseja providências. Segundo a atendente, na creche, bebês de quatro meses de vida ficam na mesma sala com crianças mais velhas, de um ano e meio a dois anos "Não tem divisões nas salas. Fui informada de que uma solução poderia ser divisórias colocadas no chão", alertou. A reportagem do A Cidade constatou que o caso não é o único. Recentemente. outro boletim de ocorrência foi registrado por um pai, após o filho que estava em uma creche da rede municipal, localizada na Vila América, ter o corpo mordido.