Manoel Américo da Costa, de 67 anos recebeu pena por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver
Jociano Garofolo
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Após cerca de nove horas de julgamento no Tribunal do Fórum da Comarca, o aposentado Manoel Américo da Costa foi condenado a 22 anos de prisão pelo homicídio e ocultação do corpo da jovem Priscila de Souza, crime ocorrido em setembro de 2010. A decisão foi comemorada pela família da vítima. Já a defesa do réu afirmou que vai recorrer da decisão.
O julgamento teve início às 9h no Tribunal do Fórum, com a formação do Conselho de Sentença. Nomes de sete jurados, sendo eles três homens e quatro mulheres ficaram responsáveis por julgar a sorte do réu. No início dos trabalhos, após breve explanação dos eventos pelo juiz Jorge Canil, as testemunhas começaram a ser chamadas.
O primeiro a depor foi o investigador de polícia Augusto Bento, que estava de plantão no dia do homicídio e deu detalhes sobre os acontecimentos da noite de 3 de setembro de 2010. Em seguida, a policial militar Marly Jeuken. Foi ela quem achou um pedaço de gravata sob o carro do réu, de material semelhante ao que estava envolto ao pescoço da vítima, encontrada asfixiada e carbonizada em um canavial. Ela afirmou também que na noite do crime ouviu Manoel dizer, quando estava na Santa Casa, que homem de idade avançada, não dá certo em namorar moça nova.
Na sequência, falou a mãe de Priscila, Tereza Rodrigues Gomes. Muito nervosa, ela confirmou que não sabia que a vítima mantinha qualquer tipo de relacionamento com o aposentado. "Eu não sabia de nada disso. Ela não falava sobre a vida pessoal". O mesmo também foi dito pelo irmão da jovem, o montador Jorge Luiz de Souza, que depôs em seguida.
Já o ex-companheiro de Priscila e pai de uma filha dela, de quatro anos, Adriel, foi o único que afirmou que sabia que havia algo entre Manoel e Priscila. "Eu dei um soco na boca dele. Um velho daquela idade perseguindo moça nova, onde se viu? Eu cheguei até a arremessar uma pedra contra o carro dele. Ele ficava dando voltas no bairro atrás dela", afirmou. Também testemunhou no tribunal o promotor Eduardo Marins Boiati, que confirmou que estava presente quando Manoel confessou o crime no dia seguinte ao assassinato. Apenas uma testemunha de defesa, o sitiante Antônio Trento, amigo de Manoel, falou sobre o caso.
Após os debates entre defesa e acusação, o Conselho de Sentença se reuniu por cerca de uma hora e acatou as acusações do Ministério Público. Manoel Américo da Costa foi condenado a 20 anos de prisão pelo homicídio da jovem e por dois anos por ter sido considerado a ocultação de cadáver. A defesa, composta pelos advogados Marcus Gianezi e Silvânio Hortêncio Pirani, afirmou que vai recorrer da decisão.
Ao jornal A Cidade, a mãe de prscila, Tereza, afirmou que apesar de saber que nenhuma decisão vai trazer a filha de volta, a punição ao acusado ao menos traz um pouco de de alívio. "Nada que acontecer vai substituir a falta que ela me faz, mas conforta saber que ele não vai estar solto por ai para cometer outro crime. A justiça foi feita", comemorou.