Jociano Garofolo
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A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Votuporanga acredita ter esclarecido o homicídio da lavradora M.R.L., de 42 anos, que foi achada ferida na propriedade rural que morava, no bairro rural do Cruzeiro, na "Sexta-feira Santa". O autor das agressões que levaram a mulher à morte, segundo as investigações, foi o próprio filho da vítima, A.L.D., de 18 anos. O motivo seria dinheiro.
A.L.D. foi preso na manhã de ontem e confessou o crime à polícia. Segundo o delegado responsável pelo caso, João Donizete Rossini, os depoimentos levantados durante a semana, com familiares e pessoas que conheciam a rotina da casa onde ele morava com a mãe, apontavam o jovem como o supeito de ser o autor do crime
Diante destas informações apuradas pela DIG, o delegado Rossini pediu pela prisão temporária do rapaz, que foi concedida por um juiz, e cumprida por policiais civis na manhã de ontem. O jovem foi localizado em uma clínica de reabilitação. Na delegacia, A.L.D. admitiu que agrediu a mãe, justificando que foi agredido primeiro. O motivo da briga seria o fato dela ter negado dar dinheiro a ele, que é dependente químico.
Após dar sua versão sobre o caso, o supeito foi conduzido até a Cadeia Pública local, onde deve permanecer até a conclusão das investigações. Ainda segundo o delegado, apesar do crime estar praticamente esclarecido, o inquérito policial ainda não foi concluído.
Na porta da cadeia, alguns familiares acompanharam a chegada de A.L.D. e mostraram revolta com o crime bárbaro. "Você matou nossa mãe?!", gritava a irmã do suspeito, que apenas acenou com a cabeça.
Crime misterioso
A lavradora de 52 anos morreu de forma misteriosa na noite da última sexta-feira, após ser encontrada ferida na estância onde morava, próximo ao bairro rural do Cruzeiro. A vítima foi socorrida ao Pronto Socorro da Santa Casa de Votuporanga pela irmã, com ferimentos na cabeça, mas não resistiu. O caso foi registrado como homicídio.
O boletim de ocorrência foi censurado à imprensa, mas a reportagem do A Cidade conseguiu apurar alguns detales sobre o caso. A vítima, a lavradora M.R.L., de 52 anos, deu entrada na Santa Casa local com ferimentos, por volta das 18h30 e algum tempo depois veio a óbito. A irmã da vítima contou que horas antes, durante o período da tarde, foi até a estância de M.R.L., e se deparou com a casa vazia, parcialmente aberta.
Cerca de uma hora depois, chegou ao local o filho da vítima, um rapaz de 18 anos, que, questionado se tinha conhecimento sobre o paradeiro da mãe, disse que um cunhado havia ido até a propriedade rural e buscado a lavradora, para levá-la à casa de uma filha. Porém, a irmã da vítima telefonou para a sobrinha e soube que a informação não era verdadeira.
A irmã de M.R.L. passou então a procurá-la pela propriedade rural e acabou a encontrando caída, ensanguentada e inconciente em um pequeno cômodo, utilizado como depósito. Por conta própria, ela prestou socorro à irmã e a levou de carro para o hospital, onde ela teve a morte confirmada. Um médico que atendeu a mulher informou à polícia ter encontrado ferimentos na cabeça, perto da orelha, e tórax, supostamente resultado de agressão.