O corpo de Samuel da Silva dos Santos foi encontrado no quintal de sua residência
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
Um crime bárbaro chocou os moradores da rua dos Faveiros, na Vila das Paineiras, na manhã de ontem em Votuporanga. Vizinhos encontraram o corpo do pedreiro Samuel da Silva dos Santos estirado no quintal da residência em que morava, com um corte profundo no pescoço.
De acordo com informações colhidas no local, por volta das 10h20, um mulher teria acionado a Polícia Militar a comparecer no ponto em que se encerra os asfalto na rua Paraíba, em uma residência que faz fundo à rua dos Faveiros. Segundo a denúncia feita por telefone, um homem estaria caído no quintal de uma casa com uma enorme poça de sangue ao lado.
A PM se deslocou rapidamente ao local e constatou que a vítima estava morta havia pelo menos quatro horas. O pescoço do pedreiro tinha um corte de aproximadamente 12 centímetros, profundo, e por muito pouco não foi decapitado.
Vizinhos disseram aos policiais que Samuel era solteiro e que fazia diversos "bicos", para se alimentar e pagar o aluguel da casa. "Ele fazia reboco em casas, arrumava telhados e carpinava matagais. Era trabalhador", afirmou uma mulher, que preferiu não se identificar. Uma outra moradora da vizinhança, que também não divulgou sua identidade, denunciou aos policiais que nos últimos dias, avistou um homem de pele clara, alto, que teria saído recentemente da cadeia na casa da vítima. "Parecia que eles estavam morando juntos", comentou.
Em revista aos móveis no interior da residência, os policiais encontraram nove invólucros de uma substância aparentando ser a droga "crack". Peritos da Polícia Científica estiveram no local à procura de pistas que pudessem ajudar a solucionar o caso. Entre os vários objetos analisados, foi apreendido um facão, medindo aproximadamente 90 centímetros, utilizado no corte de cana-de-açúcar, a cerca de três metros de distância do corpo da vítima. O objeto cortante não apresentava resíduos de sangue.
Os peritos isolaram a área e buscaram encontrar pegadas ou outros tipos de marcas ao redor do cadáver. O corpo foi encontrado próximo ao muro, no quintal de terra batida e havia uma enorme quantidade de sangue próximo à vítima.
O delegado responsável pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais), João Donizeti Rossini, disse à reportagem que uma equipe está cuidando do caso, mas que, até a tarde de ontem, ninguém havia sido preso.
Vizinhos
A reportagem do jornal A Cidade conversou com vários moradores das proximidades para saber mais sobre o modo de vida da vítima e se notaram alguma atitude suspeita. Os moradores descreveram Samuel como um indivíduo "gente boa", reservado e trabalhador. Esteve presente no local uma mulher, A.C.G., que contou que a vítima estava trabalhando nos últimos dias na casa da mãe dela, onde atualmente realizava um trabalho de carpinagem. Ela disse que preparava a marmita todos os dias para alimentar Samuel. "Eu estranhei quando ele
não apareceu para trabalhar. Não acreditei quando disseram para mim que ele havia sido assassinado, porque ele era uma pessoa muito tranquila", afirmou.
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