Um motorista de Santa Catarina foi alvo da quadrilha; ele veio buscar algumas peças
Da Redação
A Polícia identificou mais uma vítima da quadrilha que roubava caminhões na região e mantinha um desmanche no bairro São Cosme, em Votuporanga. O motorista João Mezzomo, residente no município de Iraceminha, em Santa Catarina, esteve ontem no 2º Distrito Policial, no bairro Pozzobon, para recuperar partes do seu caminhão, ferramentas e objetos pessoais. Ele deu mais informações aos policiais sobre o método de ação dos assaltantes.
Mezzomo foi assaltado por volta das 20 horas do dia 1º de junho deste ano. O
motorista havia entregado uma carga de arroz no município de Orindiúva com seu
caminhão e fazia o caminho de volta pela Rodovia SP-479, na zona rural de Américo de Campos.
Em entrevista ao jornal A Cidade, Mezzomo contou que o caminhão parou
subitamente na estrada, aparentando ter uma pane mecânica. Imediatamente, um
homem encapuzado apareceu ao lado da porta e anunciou o assalto. "Possivelmente em algum trevo, alguém da quadrilha subiu no caminhão e mexeu em alguma mangueira de ar ou cabo, o que fez com que o caminhão parasse", disse. De acordo com a vítima, segundos depois, um automóvel Fiat Palio, com outros homens encapuzados apareceu no local (que foi constatado após ser um dos veículos abandonados apreendidos no estouro do desmanche).
"Eles não ameaçavam, falavam que me libertariam, que não aconteceria nada de ruim comigo. Me colocaram na parte de trás da cabine, onde estava a cama, enquanto outro deles assumiu a direção do caminhão. Eu ficava olhando as placas para saber para onde estavam me levando", contou. Os bandidos andaram por várias estradas da região procurando um lugar isolado para deixar o motorista em cativeiro. Após horas rodando, ele foi transferido para o automóvel, e levado para um matagal no município de Neves Paulista, onde permaneceu por cerca de uma hora com um cobertor cobrindo sua cabeça, em companhia de um dos criminosos, que o mantinha refém sob a mira de uma arma de fogo.
A vítima contou que aproximadamente às 3h30 do dia seguinte, um veículo voltou e apanhou o membro da quadrilha, que o ordenou a procurar ajuda assim que se
passassem 15 minutos. Após esperar um certo tempo, o caminhoneiro voltou à estrada e procurou ajuda.
João Mezzomo disse que trabalha nas estradas há 25 anos e que nunca passou por
nada parecido. Demonstrando tensão ao lembrar detalhes do assalto, ele se emocionou ao contar sobre o prejuízo que teve. Segundo ele, o caminhão e a carroceria valiam cerca de R$ 250 mil, e que ainda precisa continuar pagando o veículo mesmo sem poder trabalhar. As peças recuperadas poderão ajudar a amenizar o prejuízo, já que a vítima pode angariar cerca de R$ 10 mil na venda dos objetos.