Rogério Pereira Nascimento vai a júri popular por ter matado comerciante em loja de conveniência; crime chocou a cidade em 2012
Da Redação
Nesta semana o Tribunal do Júri do Fórum da Comarca de Votuporanga recebe no banco dos réus Rogério Ferreira Nascimento, conhecido por “Barba”. Ele é acusado de ter matado com golpes de faca o comerciante André Luis Lopes Molina, dentro de uma loja de conveniência ao lado da praça São Bento, em um dos crimes de maior repercussão na cidade nos últimos tempos. A motivação seria um desacordo entre o suposto autor e a vítima, envolvendo vínculos empregatícios. O crime aconteceu em junho de 2012.
O julgamento terá início às 9h. A acusação será representada pelo promotor Cleber Takashi Murakawa. Já a defesa de Barba fica por conta dos advogados Gésus Grecco, Douglas Pontes e Edmilson Marcos de Oliveira. No mês passado, o juiz de direito Jorge Canil sorteou os 25 nomes de pessoas da sociedade votuporanguense (veja o quadro) que deverão comparecer ao tribunal para a formação do Conselho de Sentença, composto por sete jurados que irão decidir sobre a autoria e a culpa do réu.
Acusação
Barba vai responder por homicídio triplamente qualificado. Segundo denúncia do Ministério Público, o réu teria prestado serviços como segurança na loja de conveniência de propriedade da vítima, sendo dispensado pelo comerciante, após ter se afastado para tratamento de uma hérnia umbilical.
André também teria demitido, em período anterior ao crime, a mãe de Barba, a qual trabalhou no caixa do estabelecimento. Ainda segundo a denúncia, na data dos fatos, por volta das 20h15, Rogério Pereira estava na loja e se desentendeu com a vítima, em horário que o estabelecimento não estava funcionando. Barba, em poder de uma faca, desferiu vários golpes de faca contra André Luiz, atingindo-o em diversas partes do corpo, principalmente nas costas, nuca, pescoço e braços. Na sequência, Barba fugiu do local, levando consigo a arma utilizada no crime.
A vítima, mesmo com intenso sangramento, conseguiu passar pelos cômodos do estabelecimento e tentou pedir por socorro, arrastando-se até a calçada. Em seguida, André permaneceu caído, agonizando na presença de populares, mas conseguiu revelar o nome do seu algoz, o Barba. Para a Acusação, Barba não tolerava a dispensa do serviço e as circunstâncias da demissão da mãe, acabando o desacerto trabalhista com a morte do ex-patrão.
Defesa
Barba ficou foragido por cerca de um mês, se entregando às autoridades no dia 19 de junho de 2012. Antes disso, ele se apresentou à DIG (Delegacia de Investigações Gerais), assumiu ao delegado que cometeu o homicídio e alegou que o ato ocorreu em legítima defesa. Segundo a versão apresentada por ele, houve discussão com a vítima devido um desacordo trabalhista, após iniciarem luta corporal, pegou uma faca e aplicou os golpes contra André. "Segundo o suspeito, a vítima teria xingado a mãe e o filho dele e iniciado as agressões", explicou o delegado.
Em entrevista à imprensa, os advogados Douglas Teodoro Fontes e Edmilson Marcos de Oliveira afirmaram que Barba também se feriu e que a vítima também teria pegado uma faca. Sobre a quantidade de facadas desferidas contra a vítima, que provocaram sua morte, os advogados disseram que Barba agiu sob forte emoção, destempero e estresse por causa da luta corporal.