Homem de 40 anos depositou R$800 em conta bancária pelo falso resgate da filha em cativeiro; A Cidade dá dicas para driblar golpistas
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga está sendo alvo de golpistas e todo o cuidado é pouco. A modalidade do "falso sequestro" está sendo a mais usada pelos criminosos nos últimos dias, gerando dezenas de ligações à central da Polícia Militar e registro de vítimas na Polícia Civil. Na última terça-feira, dia 15, a vítima foi um homem de 40 anos, que após receber a informação de que a filha era mantida em cativeiro por bandidos, depositou R$800 exigidos pelo resgate.
Segundo o boletim de ocorrência registrado no Plantão Policial Permanente, por volta das 15h, o aposentado C.A.S.C., morador da rua Iguaçu, Vila Marin, informou que estava dentro de casa, quando a mãe dele, E.S.C., atendeu o telefone em que um indivíduo desconhecido disse que havia sequestrado a neta dela, filha de C.A.S.C.
O aposentado não chegou a falar com o criminoso, que pediu a quantia de R$2 mil de resgate para livrar a moça do cativeiro.Muito desesperado, C.A.S.C. foi até uma lotérica na rua Amazonas e depositou R$800 em uma conta corrente. Somente após ter efetuado a transação bancária, é que a vítima constou que tudo estava bem com a filha dele, a qual estava na companhia da esposa, e que não havia acontecido nenhum sequestro.
Esse foi apenas um de muitos registros semelhantes em Votuporanga. Apenas na última segunda-feira, em um período de 12h, o CAD (Central de Atendimento e Despacho) da Polícia Militar de Votuporanga recebeu 15 solicitações no telefone de emergência, o 190. No geral, os bandidos ligam dois dias antes para colher alguma informação, tipo o nome de algum familiar que reside no local, para depois, com esse nome, entrarem em contato aplicando o estelionato.
Em Votuporanga, além de estar ocorrendo com maior frequência, ultimamente, os golpistas estão enviando mototaxistas para arrecadar a quantia combinada na casa das vítimas, dizendo que o depósito será realizado e o familiar libertado. Dos 15 casos atendidos pela PM, todas as pessoas conseguiram fazer contatos com familiares e o golpe não teve êxito.
Porém, todo cuidado é pouco. Na semana passada, uma mulher de 55 anos foi vítima do "falso sequestro" no Parque das Nações, em que o estelionatário fez uso do serviço de moto-táxi. Após ser apavorada com a falsa notícia de que o filho havia sido sequestrado, o criminoso enviou um mototáxi à casa dela, que foi embora com a quantia de R$150.
A Cidade dá dicas para não cair no golpe:
1. Conheça os "modos de agir" mais comuns: embora varie nos detalhes, a história dos golpistas é sempre a mesma. Acompanhe as notícias sobre os golpes para se manter informado sobre as novas versões
2. Não receba ligações a cobrar: se o interlocutor for desconhecido, desligue.
3. Não ajude o bandido dando-lhe informações: – Sua filha sofreu um acidente.
– A Fernanda? O que aconteceu com a Fernanda? O nervosismo faz com que muita gente, sem perceber, acabe passando aos bandidos informações que serão usadas para pressioná-las. Em nenhuma hipótese revele nomes de parentes a desconhecidos ao telefone
4. Tire os adesivos do carro e informações pessoais das Redes Sociais: adesivos com o nome da academia de ginástica ou da faculdade, assim como placas que reproduzem o apelido dos motoristas (BIA, LEO etc.) e páginas das redes sociais, são preciosas fontes de informação para os bandidos. Evite e peça aos seus filhos para evitar
5. Oriente também os idosos: tanto ou mais do que crianças e empregadas, são as pessoas idosas da família as mais vulneráveis à manipulação dos bandidos. Muitas vezes, por se sentirem sozinhas, elas podem prolongar conversas com desconhecidos e acabar por municiar criminosos
6. Pare para raciocinar: o pânico diante da possibilidade de um parente estar acidentado ou sequestrado faz com que muitas pessoas deixem de tomar atitudes óbvias, como checar se a informação é verdadeira. Segundo a polícia, frequentemente as vítimas deixam de ligar para o suposto sequestrado não porque são impedidas de fazê-lo, mas porque a idéia não lhes ocorre
7. Desobedeça ao bandido: ligue para o suposto sequestrado ainda que o bandido diga para não fazê-lo. Se conseguir contato, o caso está resolvido. Se não, tente um amigo ou parente dele. A hipótese de um sequestrador real fazer essa ameaça é remota – bandidos não vão matar a vítima, e perder seu trunfo, só porque o celular dela tocou
8. Desconfie de ligações longas: segundo estatísticas da polícia, 90% dos primeiros contatos telefônicos feitos por sequestradores reais duram menos de um minuto. Por temerem ser rastreados, eles nunca fazem ligações longas
9. Duvide do choro das falsas vítimas: apelos chorosos de supostos sequestrados têm sido usados com frequência pelos golpistas. A polícia sabe que raramente sequestradores de verdade telefonam do mesmo lugar em que está a vítima. Sabem que podem ser rastreados e ter o cativeiro descoberto
10. Dê queixa na polícia: se você cair no golpe, não deixe de prestar queixa na polícia. De posse de informações como o número de origem da chamada criminosa ou o número da conta em que o "resgate" foi depositado, a polícia pode identificar o criminoso e evitar que mais pessoas sejam vítimas dele