Várias pessoas estão sendo ouvidas novamente; polícia trabalha com duas linhas de investigação
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
Oito anos se passaram e nada foi esclarecido sobre o desaparecimento da estudante Francisca Simara Souza Gomes (Francisquinha), que saiu de casa para buscar sua mãe (Francisca Vilany Sousa dos Santos) na vizinha e desapareceu. Recentemente, as investigações sobre o caso foram reabertas e surgiram novas informações, que estão sendo apuradas pela Polícia Civil, mas que, por enquanto, não esclareceram os fatos.
Em entrevista ao jornal A Cidade, a delegada da DDM (Delegacia da Defesa da Mulher) de Votuporanga, Edna Rita de Oliveira, responsável pela nova investigação, disse que os trabalhos recomeçaram e que várias pessoas já foram ouvidas novamente. De acordo com a delegada, atualmente são consideradas duas hipóteses sobre o desaparecimento da menina.
A primeira, que já foi tratada no passado, investiga a suposta relação do crime com outro ocorrido na mesma época. Quase quatro meses após o desaparecimento de Francisquinha, uma criança da mesma idade foi morta no município de Cardoso, caso este, que também foi bastante repercutido na época.
Ana Letícia Bueno Magalhães, de oito anos (mesma idade que Francisquinha tinha quando sumiu), foi assassinada em 19 de setembro de 2002, pelo pai-de-santo Moacir Fernandes Dias, de 41 anos. No período, o assassino negou que tivesse agido contra a menina de Votuporanga.
A delegada Edna Rita de Oliveira disse que falou com os pais de Francisca sobre o homem, mostrou a fotografia do sujeito, mas eles disseram que não conhecem Dias. A delegada contou que surgiu a informação de que na época, o pai-de-santo tinha parentes no mesmo bairro da casa da família da criança. O criminoso foi condenado a 37 anos e 4 meses de prisão, em fevereiro de 2007, pela morte de Ana Letícia, mas, segundo a delegada, ele continua a negar que teve envolvimento com o sumiço de Francisquinha.
Nova teoria
Outra hipótese que começa a ser investigada, surgiu após uma entrevista que a delegada concedeu sobre o caso a uma emissora televisiva da região. Uma mulher, que não teve o nome divulgado, assistiu à reportagem e informou à polícia, que na mesma época do desaparecimento, um filho havia sido vítima de violência sexual por um homem.
Segundo ela, o sujeito levava crianças da região para serem exploradas sexualmente fora do país. As investigações também estão focadas sobre esse indivíduo, mas ainda não há nada de concreto.
Questionada sobre a falta de solução do caso e se houve alguma falha no início das
investigações, quando o caso era conduzido pela então delegada da DDM, Célia Aparecida Moreno, a atual disse tratar-se de um caso difícil.. Segundo ela, o trabalho de investigação feito na época foi muito bom, com várias pessoas ouvidas e várias hipóteses averiguadas. A investigação contou com a participação de departamentos de investigação de toda a região e teve grande participação da população, através de denúncias e informações, pelo fato do assunto ter sido amplamente divulgado pela mídia. A delegada finalizou dizendo que, infelizmente, ainda não há respostas sobre o mistério, mas que os trabalhos de investigação prosseguem.
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