Antônio Rocha, de 83 anos, morador de Valentim Gentil, está desaparecido desde 14 de junho
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
Um grande mistério movimenta a Polícia Civil de Valentim Gentil e deixa apreensivos os familiares do aposentado Antônio Rocha, de 83 anos, desaparecido desde o dia 14 de junho.
Os investigadores possuem poucas pistas e as principais hipóteses levantadas apontam para um sequestro, seguido de assassinato.
De acordo com o boletim de ocorrência, a última vez que o senhor Antônio foi visto pela família foi na sexta-feira, 11 de junho. Ele é solteiro e vivia sozinho em uma edícula, na avenida Arthur de Carvalho, no centro daquela cidade. Sobrevivia de um benefício de INSS, possuía algumas economias e era conhecido na cidade por emprestar dinheiro a outras pessoas, cobrando delas uma taxa de juros. Sua residência foi encontrada trancada, sem sinais de arrombamento ou pistas e com todos os pertences pessoais.
O delegado responsável pelo caso, Márcio Noboyoshi Nosse, disse em entrevista ao jornal A Cidade que até o momento, o desaparecimento é uma incógnita. Para ele, Antônio era uma pessoa que em razão da idade, de morar sozinho e de ser solteiro, não tinha condições resistir ao avanço de alguém mal intencionado.
"Ele tinha um péssimo costume, mas que era uma das suas características, de ficar
demonstrando a posse de dinheiro para terceiros. Está apurado nos autos, que ele sempre andava pela cidade com um bolo de notas de valor, que sacava do bolso nem que fosse para fazer pagamentos de valores mínimos", comentou Nosse.
Para o delegado, outra informação que pode ter motivado um possível assassinato, é que o aposentado emprestava dinheiro, para receber de volta com juros. "Isso pode ter chamado a atenção de algum criminoso e, devido ao seu estado de saúde e idade avançada, um bandido não teria dificuldade de ir até a casa dele e efetuar um sequestro", afirmou. Ele contou também que não sinais de extorsão, por não ter acontecido nenhum contado com a família.
Os investigadores trabalham também com a possibilidade de Antônio ter guardado uma grande quantia de dinheiro em uma conta corrente, mas segundo o delegado, isso deve ser esclarecido nos próximos dias, pois já foi movida uma ação judicial para a quebra do sigilo bancário da vítima.
O delegado falou ainda, que, desde o desaparecimento, já foram ouvidas cerca de 30 pessoas, e que dessas, 20 eram devedores dele. "Ouvimos também as últimas pessoas que tiveram contato com ele, inclusive uma que foi colocada como a principal suspeita, mas que também não resultou em nada. Existe um leque enorme de possibilidades", destacou.
Márcio Nosse salientou que é incomum em uma investigação policial a inexistência de uma testemunha, ou qualquer pista quem possa colaborar com as investigações, como acontece no caso do desaparecimento do senhor Antônio Rocha. Foram checadas várias informações de inimizades, dívidas, efetuadas várias diligências, mas o caso continua sem nenhum desfecho.
Sem filhos, solteiro, seu Antônio foi procurado em Valentim Gentil e em outras cidades da região pelos familiares. O irmão, Rubens Rocha, de 69 anos, contou que apesar de vários esforços, nada foi encontrado que leve à localização do desaparecido. "Ele sofre de vários problemas de saúde. A cada dia que passa, a esperança dele estar vivo diminui", lamentou.
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