Sem estacionamento rotativo, encontrar uma vaga na região central pode ficar ainda mais difícil, o que preocupa comerciantes
Os vereadores rejeitaram ontem a proposta sobre a Área Azul Digital, e Votuporanga corre o risco de ficar sem o serviço (Foto: Assessoria)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
A Câmara Municipal de Votuporanga rejeitou, durante a última sessão ordinária de 2025, na segunda-feira (15), o projeto que buscava instituir no município a “Área Azul Digital”. A decisão, que se deu pela diferença de apenas um voto, pode deixar a cidade sem o sistema de estacionamento rotativo, já que o Centro Social não pode mais operar o serviço, por determinação do TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Por enquanto, o atendimento segue normalmente, já que o contrato com o Centro Social foi prorrogado emergencialmente, antes da votação, até o mês de março. Depois disso, porém, o futuro é incerto, já que não há mais meios legais para outra prorrogação, uma vez que o projeto foi rejeitado pelos vereadores.
A curto prazo, a eliminação de mais uma tarifa para os motoristas, como é o caso da Área Azul, pode parecer benéfica, mas, a longo prazo, a tendência é de prejuízo para o comércio e transtornos no trânsito. O estacionamento rotativo, como o próprio nome diz, serve para dar rotatividade às vagas de estacionamento na região central da cidade. Sem o sistema, encontrar uma vaga para estacionar na rua Amazonas, por exemplo, ficará ainda mais difícil, o que poderá afastar os consumidores do comércio central.
Procurada pelo
A Cidade, a ACV (Associação Comercial de Votuporanga) afirmou, em nota, que acompanha o impasse e busca contribuir com uma solução que atenda aos interesses do comércio.
“A Associação Comercial de Votuporanga informa que está acompanhando atentamente todas as discussões relacionadas ao tema da Zona Azul no município. No momento, a entidade mantém diálogo com todas as partes envolvidas, buscando compreender os diferentes pontos de vista e contribuir para a construção de uma solução que atenda, principalmente, aos interesses do comércio local e da comunidade”, diz o comunicado.
A justificativa
O projeto em tramitação na Câmara Municipal de Votuporanga precisava de maioria absoluta, ou seja, dez votos, para aprovação. Seis vereadores, no entanto, votaram contra, o que levou à rejeição por nove votos a seis. Os contrários foram: Cabo Renato Abdala (PRD), Natielle Gama (Podemos), Wartão (União Brasil), Osmair Ferrari (PL), Débora Romani (PL) e Sargento Marcos Moreno (PL).
Na tribuna, a justificativa apresentada, por parte deles, foi a de que, mesmo com os pedidos de vista e adiamentos na discussão da proposta, ainda ficaram “pontas soltas” na iniciativa, que não lhes deram segurança para aprovação. Foi o que argumentou, por exemplo, Natielle Gama.
“Tem alguns pontos que me incomodam ainda, me deixam um pouco insegura, porque justamente a gente depende muito de um bom trabalho no edital. E isso foge das nossas mãos. Quando a gente depende do edital, a gente tem que confiar nas mãos de outras pessoas. O texto que está nas nossas mãos aqui para nós votarmos, na minha opinião, tá um pouco aberto. Então, eu não me sinto segura de votar a favor, embora o Executivo foi leal naquilo que nós pedimos, eles mandaram para casa. Mas falta ainda um fechamento concreto para o Centro Social. Na minha opinião, faltaram alguns termos importantes no texto da lei”, disse.