Entre as distribuidoras de gás consultadas pelo jornal A Cidade, a média do preço do botijão de 13kg ficou em torno de R$83
Numa família cuja renda mensal é de um salário mínimo, por exemplo, o botijão, sozinho, já consumiria pouco mais de 8% do valor (Foto: A Cidade)
Da redação
Em setembro do ano passado, o jornal
A Cidade publicou que o preço do botijão de gás poderia chegar a R$ 80 em Votuporanga. Quase um ano depois, o preço chegou e ultrapassou esse valor.
Isso porque entre as distribuidoras consultadas pela reportagem, o preço do botijão chegou a R$ 90. Numa família cuja renda mensal é de um salário mínimo, por exemplo, o botijão, sozinho, já consumiria pouco mais de 8% do valor.
Já considerando a média dos preços informados pelas distribuidoras, o preço cai para R$83. É uma queda considerável, mas ainda assim o valor continua alto.
Altas do preço
No último reajuste do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), anunciado pela Petrobras no começo deste mês, o "gás de cozinha" ficou quase 6% mais caro. Com essa alteração, o novo preço médio para o botijão de 13 quilos passou a ser de R$ 44,20 nas refinarias.
Essa foi a quinta alta que o preço sofreu neste ano. Em janeiro, o preço aumentou 6%; em fevereiro, 5,1%; em março, 5,2%; e em abril, 5%.
Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostram que a alta média do gás de cozinha nas últimas quatro semanas no Brasil chegou a 4,3%, com botijões sendo encontrados a R$ 130 cada na região Centro-Oeste. Na média do país, o "gás de cozinha" custa atualmente R$ 88,94.
Repercussão
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reclamou do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e do preço do gás de cozinha durante conversa com seus apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, nesta semana. Para ele, o preço do imposto "está um abuso".
De acordo com a ANP, o ICMS cobrado em abril deste ano foi de R$ 12,07, dentro de um preço final médio de R$ 85,01 — ou seja, representou 14,2% do total. Já os impostos federais foram zerados desde 1º de março deste ano.
Só que a tabela da ANP mostra que o decreto que zerou os impostos federais acabou não surtindo efeito para baratear o botijão. Isso porque, até fevereiro, eram cobrados, em média, apenas R$ 2,18 de PIS/Cofins.
A Petrobras, que concentra a produção de GLP no país, define a maior fatia dentro do preço final, cobrando R$ 42,06 pelo produto — praticamente a metade.