O que permitirá reabertura de setores como restaurantes, bares, salões de beleza e academias.
(Foto: Governo do Estado)
Oito leitos de UTI separam a DRS XV, que abrange Votuporanga e mais 96 cidades, do número que poderá transportá-la amanhã para a fase 3 (amarela) do Plano São Paulo de Retomada Econômica, o que permitirá reabertura de setores como restaurantes, bares, salões de beleza e academias.
E a região parece caminhar a passos largos no sentido de conseguir a proeza. A ocupação de leitos UTI caiu de 78,6% de terça-feira (18) para 77,6% na última atualização, no final da tarde de ontem. A queda coincide com a confirmação de que pacientes de Rio Preto e região estão sendo encaminhados pelo governo do Estado para cidades de outras Diretorias Regionais de Saúde, onde a ocupação vem se mostrando menos dramática que a da regional de Rio Preto.
Para entender este "número mágico”, seguem as contas: a região tem hoje 281 leitos de UTI contabilizados pela Secretaria de Saúde do Estado, incluindo Santas Casas, Hospital de Base, Hospital Padre Albino de Catanduva e UPAs, entre outros. Destes, 218 estão com pacientes Covid, o que corresponde ao índice de 77,6% de taxa de ocupação. Para atingir o número que lhe dará o passaporte para a fase amarela, a DRS precisa baixar sua ocupação para o limite de 74,9%, o que corresponde a ter, no máximo, 210 leitos com pacientes.
Resumindo, a região tem até amanhã para "desocupar” oito leitos. Significa, por exemplo, não colocar ninguém no lugar das vagas que surgem diariamente com as altas hospitalares. O que explica a política do Estado de transferir pacientes da DRS de Rio Preto para regionais mais congestionadas. E, se ainda assim ficar muito difícil, um anúncio surpresa de mais 10 UTIs poderia resolver o problema.
Ainda sobre os números de UTIs da região, vale lembrar que 137 dos 281 leitos estão no Hospital de Base de Rio Preto, que não passou mais dos 81% de ocupação desde que recebeu 20 novas vagas. Estas, aliás, viraram uma espécie de "reserva estratégica” para ajudar a região a subir.
O desenho acima explica o otimismo que integrantes da Prefeitura de Rio Preto passaram a demonstrar na última semana diante do anúncio de amanhã. No entanto, apesar da narrativa em tom animador ser inerente a todo o primeiro escalão do governo Edinho Araújo na esfera pública, no privado há nuances de leitura.
O pessoal da política, incomodado com o desgaste do governo municipal junto a setores da economia, torce pelo sucesso do "empurrãozinho” que o Estado vem dando para a região avançar. E, diante de uma notícia boa como essa, haveria clima para Edinho colocar de vez o bloco na rua, assumindo a disputa pela reeleição oficialmente.
Por outro lado, há quem segue defendendo, nos bastidores, que um avanço "sustentável” seria mais prudente. Ou seja, a cidade deveria se segurar mais 15 dias no laranja e, quando setembro (mês das convenções partidárias) chegar, o amarelo seria assumido com mais segurança. O temor é ir agora para a fase seguinte, quando os números começam a dar sinais de queda, e ocorrer um revertério, com nova curva ascendente da doença.
O fato é que, depois de semanas a fio batendo na trave diante do risco de uma queda, pela primeira vez, tudo indica, o fantasma do vermelho deixa de assombrar a região.
*DL News