Um dos pioneiros da fotografia em Votuporanga contou ao jornal A Cidade o que suas lentes fotografaram na década de 60
Domingos Olmedo revelou ao jornal A Cidade o que suas câmeras fotografaram quando a cidade ainda estava no início da formação (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga ainda era uma jovem cidade, quando Domingos Olmedo, à época com 21 anos de idade, por aqui desembarcou, trazendo consigo apenas o seu equipamento fotográfico. À época, conta ele, a maioria das ruas sequer tinha asfalto e o comércio ainda estava em formação.
O mais antigo fotógrafo ainda vivo do município lembra ainda de seu começo na terra que naqueles tempos já era tida como muito promissora. Ele instalou sua primeira loja de fotografia na rua Amazonas, permanecendo ativo de 1961 até 2017, quando vendeu o espaço para o Ponto Frio, após ter que parar de trabalhar por conta de um derrame.
“Graças a Deus eu tive a felicidade de crescer muito na minha profissão aqui em Votuporanga. Fotografei as famílias que ajudaram a escrever a história da cidade, como é o caso dos Marão, os Cavalin, Dear, os Comar, os Anzai, seu José Delgado, um homem simples, humilde e que ajudou Votuporanga a ser o que é hoje e toda a comunidade japonesa”, disse.
Ele começou a trabalhar ainda muito jovem como engraxate, depois como carregador de malas e cuidador, até que aos 15 anos de idade assumiu a loja de fotografias de seu pai, em José Bonifácio. Os primeiros passos na profissão ele aprendeu com o pai e depois foi se atualizando com os cursos que empresas famosas na época como a Fuji e a Kodak ofereciam.
Seu Domingos se orgulha de ter entrado para a história por ter feito a primeira fotografia colorida da cidade, em 1970. O trabalho foi feito para o doutor Miguel Zeitune, e marcou a carreira do profissional, que foi o pioneiro ao implantar o primeiro laboratório de revelação colorida da Alta Araraquarense.
Ele também se tornou conhecido por suas fotografias industriais. Um de seus primeiros clientes foi o conhecido empresário Toninho da AB Pereira, a primeira indústria de estofados de Votuporanga.
“O Toninho foi o pioneiro na indústria de móveis em Votuporanga e, depois dele, praticamente todas essas firmas que, até hoje, geram muitos empregos, confiaram em mim para fazer as fotografias de seus móveis. Fiquei conhecido e fiz também para indústrias de Valentim Gentil e firmas que vieram de fora só para fotografar comigo. Com o tempo as próprias firmas foram criando um espaço dentro delas só para eu fotografar e com o tempo eu construí um prédio no Distrito Industrial da cidade, só para fazer as fotos industriais”, completou.
Muito religioso, sua história também está ligada à Igreja Católica na cidade. Ele faz parte da Legião de Maria, movimento fortalecido na cidade pelo conhecido Frei Benjamin Maria de Piracicaba.
Casou-se com Humilde Vespa Olmedo, neta do senhor Silvério Vespa, o homem que construiu o primeiro prédio de andar em Votuporanga, que é o Vespa Hotel. O casamento foi em 1963 e eles vivem juntos até hoje. Dessa união vieram os filhos Tânia, Claudinei (que seguiu os passos do pai na fotografia) e Sandra Olmedo.