O jornal A Cidade conversou com consumidores e com o proprietário de uma casa de carnes sobre o preço da carne bovina
Claudenir de Oliveira Souza, 47 anos, mudou um pouco a forma de consumir carne bovina (Foto: Daniel Castro/A Cidade)
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
O valor da carne bovina – que subiu cerca de 40% – mudou os hábitos de muitos consumidores em Votuporanga. O momento agora é de pesquisar mais os preços e também de optar por outros tipos de carne.
De acordo com o Robson Pereira, diretor da Carré Carnes, naturalmente o valor da carne bovina aumenta no final de ano devido ao final da entressafra, que em 2019 foi mais longa por conta das chuvas tardias, e do aumento no consumo devido as festividades de final de ano. No entanto, acrescentou, o que mais puxou foram as exportações para China, Arábia Saudita e Rússia, com maior peso da China devido à doença no rebanho de suínos no país. “Como os demais produtores de carne possuem limitações (Austrália seca, Argentina e Uruguai limite de rebanho, EUA guerra comercial), sobrou para o Brasil o suprimento de carne a bons preços, já que o valor da arroba estava praticamente constante a mais de dois anos”, explicou.
Em relação às expectativas para os próximos meses, Robson está otimista. “Graças a Deus a arroba do boi baixou, é aquela velha história de procura e oferta. O consumo do mercado interno caiu 50% devido à alta, logo a arroba do boi nessa primeira semana de dezembro deu uma recuada”, apontou.
O empresário disse que seu ramo ficou em uma situação bastante complicada nas últimas semanas, uma vez que o consumidor final sofre diretamente com a alta e consequentemente os fornecedores. “Mesmo alterando as fontes de proteínas, o problema não é totalmente resolvido, porque o cliente muda para carnes brancas, por exemplo, aí o consumo aumenta, mas o valor aumenta também. É uma bola de neve, uma coisa puxa a outra”, lembrou.
Consumidores
Para o personal trainer Roger Alves, 27 anos, que consome carne todo dia no almoço e no jantar, a alta do preço gera um aumento significativo no orçamento familiar. “Com o aumento dos preços, acredito que as famílias tem que rever seus hábitos”, contou.
Roger acredita que nesse momento é importante pesquisar os melhores preços, reduzir o consumo e substituir a carne bonina por outras fontes de proteína. “Eu, por exemplo, como frango e ovo”, acrescentou.
Claudenir de Oliveira Souza, 47 anos, mudou um pouco a forma de consumir carne. “Atualmente ficou pesado para a mesa do consumidor porque com esse acréscimo de 40%, o preço ficou bem salgado, então temos que ter outra variação na mesa”, comentou.
O trabalhador autônomo costumava comprar cerca de quatro quilos de carne bovina por semana, porém agora está comprando mais frango e suínos. “O consumo é bem menor e também fazendo outras opções”, disse.