Mais um caso de agressão na rede municipal de ensino foi registrado na cidade, dessa vez no Cemei Orozilia do Carmo Ferreira
Aline Ruiz
aline@acidadevotuporanga.com.br
Mais uma vez um caso de agressão na rede municipal de ensino foi registrado em Votuporanga. Uma aluna do Cemei Orozilia do Carmo Ferreira, de quatro anos, foi agredida por uma professora de Educação Física da escola. O fato aconteceu em agosto deste ano, quando a mãe da criança, Maria Ângela Reggioli Neri, foi buscar a filha e viu marcas roxas no braço da menor. A partir daí, ela foi atrás dos seus direitos e, por meio de imagens das câmeras de segurança da unidade de ensino, foi possível comprovar o caso ocorrido. A Prefeitura, por sua vez, demitiu neste mês a educadora, após finalizar a investigação.
Em conversa com o A Cidade, o advogado responsável pelo caso, Hery Kattwinkel, explicou como o fato aconteceu. “A mãe me procurou e eu a orientei fazer um Boletim de Ocorrência. Depois fomos até a Secretaria de Educação e assistimos juntos as imagens, que mostraram claramente a professora agredindo a criança, pegando ela pelo braço e chacoalhando bem forte”, contou o advogado.
A Prefeitura, por sua vez, investigou o caso por meio de processo administrativo. Após constatar a conduta irregular da professora de Educação Física, demitiu a mesma. O advogado Hery ressalta, porém, que, mesmo com a demissão da professora, casos assim não podem ser vistos como normais. “Que bom que ela foi demitida, isso mostra que a justiça está sendo feita. Mas isso não quer dizer que temos que esquecer, é preciso combater a consequência e não a causa, punir não é o suficiente, é preciso entender o motivo de atitudes como essa serem tão frequentes nas escolas de Votuporanga”, desabafou.
A mãe da aluna agredida, Maria Ângela Reggioli Neri, relatou que não é a primeira vez que a professora faz isso com um aluno. “Já ouvi da boca de pais que também tem filhos estudando lá que a professora é extremamente grossa com os alunos, pega forte no braço, aperta, joga a mochila deles nos chão e até mesmo os chamam de burros. Isso não é conduta de professora”, falou.
A Prefeitura lamentou o fato ocorrido e mais uma vez afirmou ser um caso isolado. “Esperamos que condutas como essa nunca mais se repitam no âmbito da rede municipal”, afirmou o Executivo por meio de nota.
O advogado finalizou dizendo que a Secretaria de Educação precisa passar por uma grande reestruturação. “A gestão do Junior Marão fez grandes melhorias no ensino, mas a secretária de Educação não respeita os professores, eles são perseguidos e ocorre uma pressão constante. Isso, infelizmente, é repassado para os alunos. É preciso uma união entre os pais, Prefeitura e Ministério Público para que casos como este não voltem a se repetir”.
Maria Ângela ficou satisfeita quando soube da demissão. “Fiquei mais tranquila e que isso sirva de lição para outros professores. É extremamente importante a divulgação de fatos como este, porque muitas vezes as pessoas não vão atrás por achar que não vai dar em nada. Não podemos ficar em silêncio, precisamos lutar pela educação de nossos filhos”, finalizou.