Secretária Municipal de Saúde, Fabiana Parma, diz que a cidade tem registrado cerca de 20 casos por semana da doença
Leidiane Sabino
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Votuporanga tem hoje cerca de 94 casos confirmados de dengue referentes ao ano de 2016. Somando todos os doentes desde o mês de julho do ano passado, quando começou o chamado “ano dengue”, a cidade teve 206 confirmações e está bem próxima de um decreto de epidemia, o que pode ser decretado até a primeira semana de março.
Para o decreto de epidemia, o índice é de 300 casos para cada 100 mil habitantes, como a cidade tem esta média de moradores, falta pouco para chegar ao número limite, levando em consideração o “ano dengue”, que começou a contar os casos em julho de 2015.
Hoje, a cidade registra cerca de 20 casos por semana, número que subiu radicalmente. “Até a última de semana de dezembro, eram de três a quatro por semana. Proporcionalmente, se eu fizer as contas, no máximo na primeira semana de março vamos decretar epidemia”, explicou a secretária de Saúde de Votuporanga, Fabiana Parma.
O município ainda não teve confirmação de zika vírus e chikungunya. “É claro que, caso não consigamos diminuir a infestação do mosquito Aedes aegypti, é uma questão de tempo para termos também as outras doenças que ele transmite”, explicou a secretária de Saúde de Votuporanga, Fabiana Parma.
De acordo com a secretária de Saúde, os números de Votuporanga não estão muito diferentes dos outros anos. “Não somos uma ilha, temos o Aedes aqui como todas as outras cidades da região. Não estamos em epidemia ainda, o nosso índice de infestação larvário não é o maior da região, mas temos que fazer todo trabalho preventivo e eu dependo da população nesta atividade”, falou Fabiana.
A secretária ressaltou ainda que, por mais que a população diga que verificou algum problema em uma área pública, a situação não chega aos pés do que é encontrado dentro dos domicílios de Votuporanga. “Precisamos da parceria e do apoio de todo mundo. Ninguém pode ter água parada em casa, calha entupida, nada que facilite a vida do Aedes”, falou.
Fabiana explicou ainda que até o ciclo do mosquito Aedes foi reduzido. “Antes, ele demorava até 15 dias para virar adulto e sair picando, hoje não passa de dez dias. O Aedes se adaptou muito bem a essa vida urbana”.
Votuporanga ainda não registrou óbito por dengue, mas a cidade não está livre deste risco. “Dengue é doença evitável, mas a mortalidade vem crescendo. A gente precisa da conscientização da população, porque não temos como limpar os domicílios. Temos que frear este consumismo desenfreado, porque estamos produzindo cada vez mais lixo. É incrível que descobrimos cura para doenças raras e estamos morrendo por causa de lixo”, destacou Fabiana.