Vou continuar escrevendo sobre reforma política, uma necessidade imediata. Pode não servir para quem já tem minha idade, porém, será importante para os que estiverem por aqui nas próximas décadas. É preciso acabar com a Ditadura Partidária, urgentemente. O ex-Ministro do STF, Ayres Brito, também se manifestou sobre esse assunto, com muito mais propriedade que o articulista, lógico, mas com ênfase necessária. Disse algo, mais ou menos assim: “O voto em lista fechada, além de reforçar o caciquismo partidário brasileiro, que é um dos nossos pontos de fragilidade estrutural, é inconstitucional. Para mim, quando a Constituição diz que o voto é direto, secreto e universal, ela diz que o voto é no candidato, não no partido”. Pronto, já encontrei alguém com conhecimento suficiente para reforçar minhas teses. Tenho percebido pela internet que muitos brasileiros estão se manifestando contra o voto de lista e, isto, precisa ser enfático e constante até o momento em que os Senhores Congressistas desistirem desse horror. As dificuldades que o país está atravessando poderiam ser mais amenas, ou nem existir, se os cargos políticos não fossem encarados como carreira ou profissão.
Os péssimos exemplos oferecidos por alguns políticos fazem com que muitos da população entendam que, também, podem cometer desatinos. Muitos perdem o caráter, vergonha na cara mesmo e aprontam asneiras descabidas, tanto no campo cível e criminal, perdem-se os limites, a desumanidade começa imperar.
Por mais que alguns critiquem as operações da PF e do Judiciário, principalmente na esfera Federal, sem dúvida, alguns danadinhos vão ficar mais cautelosos antes de cometerem ilícitos. As pessoas precisam entender que enriquecimento rápido às custas de maracutaias podem terminar em cadeia. Por ai podemos perceber que um sistema eleitoral e partidário que contemple pessoas bem intencionadas pode levar toda uma população a ter dias melhores.
Os costumes ficam tão afetados pelos péssimos exemplos que me levaram a lembrar de um excelente costume existente décadas passadas. Se bem me lembro, em muitas vendinhas e padarias era oferecida uma caderneta para a dona de casa fazer suas compras diárias com pagamento posterior. E, interessante, quem ficava de posse da tal caderneta era a própria freguesa. Periodicamente essas pessoas se dirigiam ao estabelecimento, solicitavam o fechamento da conta e pagavam. Muitos sitiantes e lavradores se dirigiam a algumas lojas, faziam compras para pagar na colheita e, simplesmente, na época certa, pagavam. Outros tempos, outra confiança, outros modos e muita decência.
Atualmente existe um desentendimento danado em relação a algumas reformas que estão sendo propostas pelo governo federal. Creio que os órgãos de governo tem obrigação de explicar detalhadamente, em palavras de fácil entendimento, para a população, a importância de cada uma delas.
Também, entendo, que os grandes comunicadores tem a obrigação de fazer toda a população perceber que os bons costumes e uma conduta correta são o que de melhor um ser humano pode fazer na vida. Que se criem quadros valorizando os bons exemplos de pessoas, sem pirotecnia e com muita simplicidade. Sempre haverá quem vai aprender e tirar proveito, as comunidades ficarão melhores e, sem dúvida, surgirão homens públicos melhor intencionados e livres da safadeza.