Existem fatos que não precisamos ser muito inteligentes para percebê-los. Semana passada terminei o artigo e, também, o intitulei com: O importante é a concórdia.
Agora, depois da vitória do Trump nos EUA, a fala dos responsáveis por aquele país é exatamente para manter a concórdia e, principalmente, o respeito às instituições, caso contrário o povo é que vai sofrer consequências.
Nesta semana comemorou-se, aqui no Brasil, a Proclamação da República. Parece até que estamos iniciando uma outra república, pois, com todos esses lances policiais e judiciais que estão acontecendo, pode ser que surja uma república melhor. Um mesmo grupo não pode ficar por muito tempo governando, adquire vícios, acha tudo fácil, se considera o dono do pedaço, comete “asneiras” e quem paga o pato é o povo. Ou não estamos pagando?
A reforma política torna-se necessária exatamente para colocar freio na perpetuação de certos grupos no poder. As pessoas precisam ser trocadas de vez em quando, de mamando a caducando, ou seja, Executivo, Legislativo e mesmo os tais secretários e ministros. Novas cabeças e novas ideias sempre arejam o espaço. Sei lá, vamos esperar para ver o que acontece... que venham fatos bons, que tenhamos uma reforma política que traga alento ao povo brasileiro.
Enquanto isso vamos convivendo com esse tempo tresloucado que tem aparecido por aí. Calor de 40 graus, frio à noite, às vezes, e pouca chuva. Nada alentador, tudo muito complicado e, sem dúvida, cria preocupações de como estará o clima em alguns anos. As gerações atuais estão pagando o preço do despreparo ou desinformação das pessoas no passado, e tendo aceleradamente de pensar em como se proteger para o futuro. Os governos, desde municípios até a federação, precisam trabalhar desde já. Algumas das crianças, que por aí estão, terão a felicidade de ver a virada do século, vão conhecer o século XXII, o ano 2100. Duvidam?
Aqui em Votuporanga, no meu tempo de mocidade,enfrentávamos o calor como podíamos. Naquela época o cinema ainda era bastante frequentado, as TVs não haviam dominado o pedaço. Saiamos à noite, nos dirigíamos para a praça da matriz e ali ficávamos até altas horas, às vezes, jogando papo fora. Havia o espaço do Shinohara, alguns tomavam um cafezinho por ali, outros comiam o famoso bauru e depois juntavam-se no banco da praça. Havia também o Bar Paramount, mesmo nome do cinema. Não vou citar nomes dos frequentadores, posso esquecer alguns. Gente boa, gente bacana, simplórios e alegres. Isto acontecia todas as noites. Muitas das conversas giravam sobre o futuro da cidade, sonhava-se bastante por ali, poucos imaginavam uma cidade como a temos hoje, os tempos eram outros, as tecnologias, também.
Pessoas que convivem na Votuporanga de hoje não tem a obrigação de saber que não fazem muitas décadas que aqui não havia asfalto, o movimento de charretes era substancial e os viajores da época vinham da estação de trens: de jardineira, carro de praça e charretes.
Tínhamos uma cidade gostosa, pequena, porém vibrante, povo unido e interessado no desenvolvimento. Políticos adversários, que se saiba publicamente, não colocavam obstáculos nas conquistas de quem estava no manche. Aqui em Votuporanga a concórdia tornou-se praxe.
No momento em que o Brasil está vivendo dias difíceis, acredito que nossa cidade precisa se unir inteligentemente a outras da região para cuidar tanto do progresso econômico quanto, sem dúvida, do que fazer para que o clima regional, no futuro, possa ser bom para as pessoas que estiverem vivendo por aqui e, lógico, sem descuidar das necessidades do presente. Que as pessoas que estiverem vivendo por aqui no fim do século não nos chamem de omissos.