Índice corresponde a 607 litros de água esparramados em um metro quadrado; número é o maior desde o ano de 2007
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga vive, nesse princípio de 2016, estado de alerta por conta do grande volume de chuva. Desde 2007 não se via tanta água. O mês de janeiro soma (até às 11h de ontem) 607 milímetros, o que corresponde cerca de 607 litros de água esparramados num espaço físico de um metro quadrado. E a precipitação que iniciou às 17h de sexta-feira (15) e parou às 11h de ontem, chegando a 125mm, foi demais para represa municipal, segundo dados da Saev Ambiental.
O nível de chuva já é o dobro esperado para o mês de janeiro e o maior em nove anos. Para se ter uma ideia, em 2015, segundo o Ciiagro (Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas), o primeiro mês do ano registrou 155 mm de precipitação, enquanto 2014, ano marcado pela seca, foram apenas 95 mm.
Represa
Por volta das 9h, grande volume de água chegou até a represa, que já estava em seu limite, e transbordou. A água barrenta formou uma correnteza e atingiu em cheio a base de uma ponte, na avenida Deputado Áureo Ferreira, que liga à estrada vicinal Hebert Vinícius Mequi. Rapidamente, uma grande operação foi montada.
O Corpo de Bombeiros, agentes de trânsito e técnicos da Saev Ambiental se deslocaram ao local. Com o risco de queda da ponte, o trânsito de veículos foi interditado. O trabalho foi supervisionado pelo secretário municipal da Cidade, Marcelino Poli. Um grande buraco foi aberto em uma das vias. Após a vistoria de um engenheiro da Prefeitura, o trânsito foi liberado em apenas um sentido.
A situação chamou a atenção da população. Foi grande o número de curiosos e moradores do bairro que foram ao local acompanhar o transbordamento.
Abastecimento
O engenheiro da Saev Ambiental, Aldo Takao Okoti, também esteve na represa e conferiu de perto a situação. Ele disse ao A Cidade que o momento agora é de espera, até que o nível da água diminua para se fazer uma avaliação completa do sistema. Ontem, durante o transbordamento, o abastecimento de água, por meio da represa, foi interrompido, ficando mantido pelos poços profundos. O engenheiro não descartou a possibilidade de racionamento de água no município por conta de danos que possam ter ocorrido.