A sustentabilidade deixou de ser uma tendência para se tornar uma exigência. De grandes corporações a microempresas, o conceito de crescimento responsável, que equilibra ganhos econômicos, impactos ambientais e bem-estar social, passou a definir quem vai prosperar num mercado cada vez mais consciente.
Mais do que uma palavra da moda, sustentabilidade empresarial é uma estratégia de longo prazo. Envolve planejar, medir e reduzir os impactos ambientais das operações, adotando rotinas mais limpas e eficientes.
Nas pequenas e médias empresas, a pressão é crescente. Grandes corporações vêm exigindo que seus fornecedores adotem políticas de ESG, sigla para práticas ambientais, sociais e de governança, sob pena de perder contratos. Consumidores, por sua vez, estão atentos à coerência entre discurso e prática. A transparência e a ética, antes vistas como diferenciais, agora são requisitos mínimos.
Investir em sustentabilidade, no entanto, não é um desafio apenas financeiro. Exige mudança cultural, capacitação e gestão. Muitas vezes, o primeiro passo é mapear custos e identificar oportunidades de economia com o uso racional de recursos. Outras medidas, como a adoção de tecnologias limpas, digitalização de processos e programas de inclusão, também podem gerar ganhos de imagem e eficiência.
Para apoiar esse avanço, o Sebrae-SP vem integrando a sustentabilidade às suas ações e soluções para seus clientes. Um exemplo é a Feira do Empreendedor 2025, realizada de 15 a 18 de outubro no São Paulo Expo, que incorporou uma série de práticas voltadas à responsabilidade social e ambiental.
A FE25 adotou medidas importantes para diminuir o impacto ambiental durante a sua realização no ano passado. Dentre as iniciativas adotadas, houve a compensação das emissões por meio da aquisição de créditos de carbono de um projeto de energia eólica brasileiro, que substitui fontes de energia não renováveis por opções limpas e mais sustentáveis, e que garantem a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável.
Para apoiar esse avanço, o Sebrae-SP e o Senai-SP uniram forças na criação da Jornada de Descarbonização, um programa voltado a ajudar pequenas e médias indústrias a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) e a se preparar para as novas exigências ambientais do mercado. A iniciativa funciona por meio de consultorias e projetos estruturados, que orientam as empresas na criação de planos personalizados para otimizar processos, aumentar a eficiência e diminuir o impacto ambiental.
A Ideale Estofados, empresa da região de Votuporanga, é um exemplo de como a sustentabilidade pode andar de mãos dadas com a competitividade. Participante da Jornada de Descarbonização, o empresário Marcos do Livramento realizou o Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE), ferramenta que permite identificar e monitorar as principais fontes de emissão relacionadas às atividades da empresa. O levantamento proporcionou uma visão detalhada dos processos produtivos, possibilitando o mapeamento de oportunidades para redução de emissões, otimização do uso de recursos e diminuição de custos operacionais.
Com a elaboração do Inventário de Emissões e Remoções de GEE, a Ideale Estofados deu um passo importante rumo à ecoeficiência e à autossuficiência energética. A empresa investiu em painéis fotovoltaicos, gerando parte da energia elétrica consumida em suas operações. Essa autogeração reduz a dependência da rede convencional e contribui para menores emissões de gases de efeito estufa, especialmente nas medições do chamado Escopo 2, que contabiliza as emissões indiretas relacionadas ao consumo de energia.
Ao antecipar-se às demandas regulatórias e de mercado, a Ideale mostra que sustentabilidade e inovação são pilares essenciais para o futuro dos negócios, unindo responsabilidade ambiental, economia e eficiência produtiva.
Sustentabilidade, afinal, é mais do que preservar o meio ambiente: é cuidar de pessoas e inspirar mudanças reais. Ao adotar práticas conscientes, pequenas e grandes empresas não apenas reduzem custos e riscos, mas constroem um legado de responsabilidade e inovação. O futuro dos negócios é verde, e ele já começou.