César Urbini é graduado em Administração de empresas pela USP, pós-graduado em Mercados Financeiros pela Saint Paul e Sócio-fundador da FlowInvestimentos
Investidores,
retomando nosso assunto da semana passada, apresento hoje mais três etapas que
garantirão suas viagens durante a terceira idade a bordo dos navios mais
requintados dos sete mares.
Terceiro
passo: calcular os custos da vida na aposentadoria.Aqui é onde mora o verdadeiro
exercício de imaginação. Se já é difícil calcularmos os gastos de uma simples
viagem, o que dirá de nossa vida daqui a 20, 30, 40 anos. Concordo, realmente
não é uma ciência exata, porém é importante não subestimar os gastos, já que as
despesas na terceira idade nem sempre caem, apenas são substituídas. Não pagam
mais a faculdade dos filhos? Mas o plano de saúde fica mais caro. Não gasta
mais com deslocamentos de casa para o trabalho? Mas agora tem a mensalidade do
clube de bocha.
Para ajudar,
existemalgumas regras que balizam esse cálculo. Umas delas é a chamada
“1-3-6-9”.Aos 35 anos, o patrimônio para aposentadoria deve corresponder a uma
vez o ganho anual. Aos 45 anos, o ideal é contar com três vezes a renda de um
ano. Aos 55 anos, seis vezes e aos 65 anos, nove vezes. Na teoria, isso garante
seu padrão de vida até os 80 anos, sem bem investido.
Outro
exercício é quanto a pessoa deveria economizar do salário para chegar à
aposentadoria sem perder renda. Em linha com o segundo passo, se começar o
plano com 25 anos, precisa guardar 10% da renda mensal. Aos 40 anos já precisa
poupar 25% do salário todo mês. Já depois dos 55 anos, o plano de aposentadoria
deveria absorver 55% da renda.
Quarto
passo: saber o que fazer com o capital poupado. Sem esse passo, todo o esforço pode
ser perdido. De nada adiantará controlar gastos, empregar energia para mudança,
calcular com alto grau de confiança o quanto precisará na terceira idade e
alocar o dinheiro em péssimos investimentos. Você guarda R$ 5 mil por mês para
seu futuro e “investe” na poupança. Ou junta um enorme patrimônio e compra um
imóvel. São as decisões de onde investir que definirão se fará o cruzeiro nas
ilhas gregas ou dependerá de ajuda dos parentes e assistência do governo
durante a aposentadoria.
Quinto
passo: diversifique.
A diversificação poderia estar dentro do quarto passo, mas prefiro tratar
separado, pois, apesar de ser uma consequência de um bom investimento, tem sua
importância específica. É o velho conselho de não colocar todos os ovos na
mesma cesta. Uma boa carteira de investimento não necessariamente é altamente
diversificada, já que dependendo de seu objetivo e prazo, apenas um ativo pode
ser suficiente. Porém como o planejamento da aposentadoria é necessariamente de
longo prazo, saber como investir é tão importante como no que investir.
Semana que
vem o passo final e conclusões.