Não se constitui em novidade para a maioria que tem acesso à mídia se deparar com os problemas do desemprego, que se alastra por todo o país.
Pelo menos três milhões de pessoas engrossaram o contingente de desempregados no ano que se encerrou e, a cada dia que se sucede, são milhares de trabalhadores à espera de um emprego, um desafio enfrentado por todos, que sonham por uma vaga no mercado de trabalho.
O crescimento acelerado do desemprego é a fase mais dramática da recessão da economia, que se arrasta há mais de dois anos e de difícil solução, pelo menos de momento, pois a definição chegou a 12,1 milhões no período de três meses encerrado em novembro de 2.016.
É de se ressaltar, que é o pior resultado desde que as estatísticas passaram a ser calculadas em 2.012, já que a taxa de desemprego atingiu o recorde máximo e as perspectivas não são nada animadoras, tendo-se por base o fato de que uma reação no mercado de trabalho está fora de cogitação.
Os dados mais recentes confirmam o temor de que a recuperação em 2.017 será mais frágil do que se imagina e um dos exemplos típicos dessa situação se prende às vendas de veículos novos com uma queda de 20% no ano passado, fazendo com que o mercado retrocedesse ao patamar dos mais altos.
As grandes fabricantes de veículos novos empregavam 130.500 trabalhadores em janeiro passado. Referidas fabricantes terminaram o ano com 121.200 funcionários, portanto, o resultado pouco satisfatório levou as fabricantes a reduzir a projeção de crescimento neste ano, o que poderá acontecer a dispensa de funcionários em função do explicitado.
O próprio governo tradicionalmente mais otimista teme que a situação poderá ter maiores dimensões e a classe dos trabalhadores cada vez mais preocupada, à vista de um quadro de difícil solução e que vem ao encontro da própria crise econômica, que assola o Brasil de ponta a ponta e de norte a sul.
O Banco Central, por sua vez, estima que o Produto Interno Bruto (PIB) deva crescer 0,8% no ano em curso, um percentual baixo e de uma expectativa que deixa a desejar, além de um futuro incerto no que tange à produção, mormente dos nossos produtos agrícolas, um dos sustentáculos da economia e que possa ter sucesso para salvar o país da situação em que se encontra.
Outro sinal desencorajador é o fato de que pessoas que trabalham na condição de autônomos, começaram a ter uma queda a partir de setembro, o que vem contribuir para o agravamento globalizado da mão de obra de pessoas que se dedicam a trabalhar por conta própria.
Tratam-se de trabalhadores que perderam emprego com a carteira assinada e buscam algumas alternativas como abrir negócio por conta e fazer algum “bico” para a subsistência deles e da própria família para aqueles que são casados.
É de se fazer alusão, que mais de 320 mil pessoas passaram a trabalhar nos meses finais de 2.016, um período em que tradicionalmente as empresas contratam os chamados funcionários temporários, para atenderem a demanda das compras de Natal e fim de ano pelos consumidores, porém, depois, são dispensados em função da redução das vendas durante o transcorrer do ano.
Há uma certa esperança de que o corte na taxa de juros de 13,75% para 13% ao ano poderá surtir alguns efeitos e o comércio poderá se beneficiar com este feito, investindo mais no ramo com a expansão de negócios e os trabalhadores dispensados poderão ter a chance de serem recolocados em seus empregos.
Enfim, são hipóteses, que poderão se tornar realidade, abrindo novas perspectivas para o mundo empresarial e à classe dos trabalhadores.