“E a família, como vai?”. Essa pergunta pode nos levar as diversas reflexões sobre a família. Mas, para início de conversa, será que temos plena consciência do que seja realmente família? Será que nossos padrões de pensamentos com relação à família não se encontram ultrapassados ou obsoletos?
Um dia, segundo o evangelista Mateus, Jesus falava as multidões enquanto sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora do recinto. Alguém preocupado com essa situação, disse a Jesus: ‘Olha, sua mãe e seus irmãos estão do lado de fora e querem falar com você!’. A resposta de Jesus veio de maneira instantânea: ‘Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?’ Claro que as pessoas ficaram surpresas com a indagação do Mestre. Mas ele completou: ‘Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. ‘
Nesta passagem do evangelho, contada por Mateus, Jesus nos apresenta um novo conceito de ‘ser’ família. Ele nos mostra a ‘família universal’, a ‘família de Deus’. Somos todos filhos de um mesmo Pai, somos todos irmãos e irmãs. Este fato ocorrido com o próprio Jesus, nos convida a revermos e abrangermos nossa visão com relação ao jeito de ser família.
Sabemos que hoje, em pleno século XXI, nos são apresentadas diversas formas de se ‘formar família’ ou ‘viver em família’. Sim, o conceito de família está mudando. Mas é bom constatarmos que na maioria dos casos a essência jamais é alterada. A família, na sua maioria, continua a brotar do amor, este cerne que move o mundo, seja enquanto ‘núcleo’ social ou enquanto família ‘povo de Deus’. Deus é amor. Podemos, portanto, afirmar que Deus continua a mover e a moldá-la, conforme sua vontade.
É hora de nos abrirmos e descobrir que, viver em comunidade, viver em uma fraternidade religiosa é ser família. A avó que cria a neta, o irmão que acolhe o pobre e o aceita em sua casa, a mãe solteira que cria seu filho sozinha, a mãe que sai cedo de casa para conseguir o dinheiro para o sustento, entre outros exemplos, tudo isso são novas maneiras de ser família ou viver em família.
E a família, como vai? Agora, podemos responder que ela vai ‘mudando’. Mas, o importante é ter consciência de que a família mesmo nas suas diversas maneiras de ser constituída ou de viver, deve continuar a ser ‘sacramento do amor de Deus no mundo’. Sacramento nada mais é do que sinal sensível que realiza aquilo que significa. Portanto, enquanto o amor for o âmago das famílias elas realizarão aquilo que significam e semearão o amor de Deus na terra. Enfim, farão a sociedade respirar Deus.
Vinicius Schumaher
Paróquia Santa Joana Princesa