Pe. Gilmar Antonio Fernandes Margotto
A Família deve ser um lugar de encontro com Deus, com Deus-Amor. Amor que Deus selou e derramou, com o Sacramento do Matrimônio, no coração do marido e da mulher. E, por meio destes, nos filhos que são gerados. Assim, cada lar é um lugar de encontro com Deus. É fonte de amor e de paz.
Mas este encontro só é possível quando a família se torna educadora da fé nas relações cotidianas. Os pais, para educarem seus filhos, não precisam ser durões, cobradores, exigentes, poderosos, infligidores de castigos. Mas também não precisam ser frouxos. Podem ser sensíveis à dor, podem demonstrar afetos, adotando uma postura amorosa, carinhosa e empática. O mais importante é o respeito. Ensinar o filho respeitar pelo exemplo de respeita-lo. É pelo exemplo que as crianças aprendem muito e, nem sempre se tem esta consciência. Brigas, grosserias, palavrões terão alta probabilidade de se incorporarem ao repertório da criança, se fazem parte dos comportamentos dos pais ou dos adultos que convivem na mesma família. Ironias e piadas que ridicularizam grupos humanos ficam registrados para a criança, não como tiradas de humor inteligente, mas como verdade.
Para introduzir o respeito, o adulto é que dá o exemplo, inclusive na forma de relacionamento entre o pai e a mãe. Os possíveis conflitos devem ser resolvidos com calma e discernimento. Diante da criança, o respeito ao outro e às regras pré-estabelecidas deve ser estritamente mantido. Caso o adulto tenha errado, é mais saudável reconhecer e corrigir-se, do que tentar esconder o erro, disfarçar ou trapacear, fazendo pouco da capacidade intelectiva da criança.
A família que deixa Deus ocupar o lugar central de sua existência torna-se, de fato, comunidade de amor e, proporciona aos seus membros uma educação emocional e social, além da intelectual e dos cuidados físicos, preparando caminho para que os menores se tornem adultos maduros e equilibrados. E cada pessoa é responsável, segundo sua vocação na família, de ser transmissora dessa dádiva divina.
Se na família, não existir esta oportunidade de encontro com Deus através do diálogo, do respeito e da oração, a rua se encarregará de oferecer outros caminhos como as drogas, violência e outros valores. Uma família cristã necessariamente deve criar momentos de oração e fraternidade, pois não dá para ser de Cristo se não se reservam momentos especiais para estar com Ele. Nem sempre é fácil rezar em família, mas sabemos o quanto isto é importante para a harmonia do lar.
A rapidez das mudanças, os atrativos de diferentes níveis e a agitação do cotidiano desafiam a vivência de uma verdadeira espiritualidade de encontro com Deus. Muitos não vivem num contexto cristão, numa família cristã, não foram iniciados na fé. Por isso, todos nós, padres, agentes de pastoral, catequistas, educadores de jovens, pais de família, lideranças, devemos refletir e repensar uma maneira de provocar a sede de Deus e uma retomada dos valores cristãos e evangélicos.
Pe. Gilmar Antonio Fernandes Margotto
Paróquia Senhor Bom Jesus de Votuporanga