Transitar por si só está se tornando muito difícil, haja vista o grande número de pessoas que insistem na aglomeração urbana.
O pior é que o grande número de veículos que aumenta vertiginosamente a cada dia, não tem no controle pessoas preparadas para o desafio de circular com a devida segurança pelas estradas.
A educação deve começar cedo. A impressão que temos é que o indivíduo só começa a se preocupar com as informações sobre trânsito quando está na época de “tirar a carteira de motorista”. Aí, é aquele corre-corre, aulas teóricas, legislação de trânsito, aulas práticas, tudo muito rápido porque precisa da carteira. Aprende-se tudo de uma vez, tudo decorado, coisa que muito rapidamente se esquece. O carro do autoescola anda devagarinho, com todo cuidado, mesmo em grandes avenidas. Normalmente trata-se de carros populares, que serão bem diferentes dos carrões que muitos burgueses vão acelerar depois.
Na escola temos aulas de vários assuntos. Alguns são totalmente desnecessários. Eu por exemplo estudei sobre a história e a geografia dos Estados Unidos, coisa que eles não fazem por lá, enquanto não tive uma aula se quer de trânsito nos onze anos que passei pela escola.
Poderíamos ter perfeitamente uma matéria relacionada com as leis e outros assuntos pertinentes ao trânsito. Muito tem se falado na segurança para as crianças, mas hoje em dia, até as calçadas estão representando perigo. Não é raro ouvir nos noticiários, pessoas sendo atropeladas nas calçadas e nos pontos de ônibus. É uma verdadeira guerra urbana, onde os carros, para alguns, representam liberdade e status e, de vez em quando, são usados de forma irresponsável, por motoristas bêbados ou com muito sono ao saírem das baladas.
É no carro que o ser humano aflora seus piores defeitos. Dá pra analisar o perfil do motorista até mesmo pelos adesivos fixados no carro. É necessário por um fim a esses acidentes diários, pois com isso, muitas vezes, perdemos futuros médicos, cientistas, atletas, ou futuros presidentes, de forma estúpida, em situações que, de modo geral, poderiam ser evitadas.
Aqui em Votuporanga não é diferente. O que vemos é um número exorbitante de carros nas ruas, normalmente com uma só pessoa dentro, em outras ocasiões circulando sem destino nenhum, não sabendo se quer respeitar as faixas de rolamento que foram criadas para fluir melhor.
Na Rua Minas Gerais, por exemplo, pessoas sobem usando as duas faixas, e ainda se estressam se alguém reclamar. Fica aquela fila atrás do bonitão que acha que é dono da rua.
Tive um professor que dizia que a gasolina no Brasil era muito barata. Na ocasião eu não estava concordando muito com ele. Hoje eu também estou achando a gasolina barata, pois se a mesma custasse menos, teríamos um volume absurdo de pessoas indo na padaria da esquina de carro.
O exemplo vindo do adulto vale mais que muitas palavras e as crianças têm facilidade em aprender tudo o que vê. Portanto, temos que deixá-las ver apenas o que é correto. Nossas atitudes são copiadas pelos nossos filhos, então, não é difícil educar para o trânsito, basta nós mesmos pararmos de infringir as leis.
Antônio Lima Braga Júnior
toninho.braga@hotmail.com
Votuporanga - SP