A Rua Amazonas está em fase de acabamento. Muitos gostaram do resultado final, enquanto outros torceram o nariz. O fato é que agradar a gregos e troianos é impossível.
Em meu ponto de vista, o que foi o ponto principal na obra foi a infraestrutura interna, pois a cidade que tem mais de 70 anos possuía muitos problemas no subsolo e com certeza isso foi melhorado.
No aspecto visual, em minha modesta opinião, acho que as palmeiras, apesar de belas, ocuparam o espaço que foi aumentado nas calçadas, o que não vai contribuir para um fluxo melhor das pessoas.
A cidade de Votuporanga demonstra uma população maior do que relata os órgãos de pesquisa, e ainda conta com pessoas de toda a região que todos os dias frequentam nosso acanhado centro.
Digo acanhado, pois a centralização de comércio na Rua Amazonas é absurda. Ninguém tem coragem de criar um novo centro de negócios na cidade. Todo mundo tem medo de fracassar, e o resultado é mais de 100 mil pessoas tentando andar num espaço de mais ou menos 750 metros de rua.
Tenho o privilégio de fazer parte de uma das famílias que trabalharam na construção da Rua Amazonas, e meu tio, hoje com mais de 90 anos sempre me disse que eles não imaginavam que a cidade cresceria tanto. Alguns até diziam que para andar a cavalo a rua estava ótima e que a distância pequena facilitaria a conversa entre vizinhos. Bons tempos, românticos e nostálgicos que não voltam mais.
O fato é que Votuporanga precisa urgentemente de descentralizar o seu comércio. Isso só será possível, se começarmos pelos bancos. Nos mesmos 750 metros, Votuporanga possui duas agências do Banco Itaú, duas do Banco Santander, duas do Banco do Brasil, sem contar com o Banco HSBC e Bradesco.
Ir ao banco todo mundo vai, ou seja, algumas agências poderiam estar em locais de fácil movimento, como as avenidas mais novas da cidade. Isso com certeza iria melhorar o movimento da cidade, e aliviaria o trânsito caótico que temos. Junto com os bancos, viriam também as lojas e outros empreendimentos.
Votuporanga cresce de maneira grandiosa, e merece novos centros de compra, pois hoje não existe lugar para os cavalos, e os vizinhos seguem a máxima de que quanto mais simples a casa, mais sincero o bom dia. Não existe mais espaço para a boa vizinhança, uma pena. É o preço da globalização.
Antônio Lima Braga Júnior - toninho.braga@hotmail.com - Votuporanga