O mundo todo se organiza em blocos econômicos e políticos, para que os países participantes possam alcançar objetivos que sozinhos não atingiriam. Temos a União Européia, o Nafta, o Mercosul, Pacto Andino, os G isso e aquilo e, também, outros mais. Nas grandes cidades, onde as fronteiras dessas e seus vizinhos já se confundem, procuram todos se organizar de tal maneira que possam otimizar os projetos. Com isso tornam-se mais fortes ainda perante os governos e, também, conseguem atrair empreendimentos que agregam mais renda aos seus habitantes. Percebe-se por ai que a tendência é a construção de parcerias, a soma de esforços e conhecimentos e, com certeza, dias melhores para os habitantes dos participantes.

Tomando como base os dias de hoje, melhor dizendo, a maneira como esta estruturado o nosso Brasil com sua legislação, seu sistema tributário e organização política, que dificilmente serão mudados significativamente, as cidades do interior acostumadas a lutarem sozinhas, muitas vezes batalhando por reivindicações que são de interesse de toda uma região, precisam se organizar urgentemente para que possam “morder” fatias maiores desse imenso bolo que se concentra nas mãos dos poderes estaduais e federais. Ou fazem isto, ou como dizia o mineirinho - “Vão apenas ficar vendo o bonde passar” e, pior, enquanto outras regiões organizadas avançam em grandes velocidades, as cidadezinhas do interior vão continuar a passo de tartarugas.

No nosso caso, mesmo com a duplicação em andamento, não deixo de ver razão para as preocupações de alguns lá de Fernandópolis, na questão das marginais. Penso mesmo que, se não conseguirmos atrativos interessantes para que grandes empresas venham montar suas fábricas por aqui, a Euclides será apenas mais uma boa estrada para que o Brasil passe por ela, melhor dizendo, ficaremos à margem do progresso. Ou enfrentamos essa realidade e nos defendemos ou, no futuro, vamos, mais uma vez, ser grandes exportadores de pessoas e, dessa vez, até os talentos criados por aqui.

Em algum momento, os alimentadores de bairrismos precisarão ser deixados à margem das decisões de muitas cidades e, substituídos por aqueles que tenham uma visão mais ampla das realidades e das necessidades do futuro. Em nossa região já não podem prevalecer mais as vontades e vaidades de pessoas cujos conhecimentos não ultrapassam suas próprias fronteiras. A renovação de pensamentos, como aconteceu em Votuporanga, é uma necessidade, o entendimento da união regional uma premência. Objetivos devem e precisam ser traçados em conjunto, e uma força tarefa para isto precisa ser formada por pessoas cujas mentes consigam entender o que poderá acontecer nas próximas décadas.

São muitas ações que podem ser focadas, para que o desenvolvimento regional seja forte e abra espaços para o crescimento das riquezas e de bons postos de trabalho. O próprio bem estar da população poderá ser melhorado se as prefeituras realizarem projetos conjuntos que, com isso, serão barateados. No caso das favelas, um esforço conjunto, de Prefeituras e Câmaras Municipais, junto aos governos permitirá que, em algum momento, ninguém mais resida e crie seus filhos em lugares tão inóspitos. No caso de escolas superiores públicas acredito que a união regional fará ver aos governantes o quanto eles tem abandonado nossos jovens.

E tem mais, uma força tarefa para a união regional poderá se aproveitar, em seus estudos e esforços, daquilo que de bom feito em alguma das cidades da área para aplicar em outras.

E, pensa este articulista, se os grandes capitais e os setores de governo perceberem que existe um pensamento regional organizado, sem dúvida, estarão procurando marcar presença nestes lugares, no caso o nosso, uns para ganharem dinheiro, outros, sem duvida, por interesse político, porém, mesmo que seja assim, quem sairá ganhando seremos nós, se soubermos nos unir.

Que a região pense nisto. Que os líderes de cada setor de toda essa comunidade tomem a iniciativa. O presente e o futuro saberão agradecer e valorizar.

Nasser Gorayb é comerciante e escreve neste espaço aos sábados - nasserartigo@terra.com.br