Parece que agora a Euclides da Cunha vai engrenar. Li que o governador está assinando as desapropriações e que o meio ambiente poderá, a partir daí, emitir suas licenças. Tudo muito demorado, porém, acontecendo. E, em vista disso e com um deputado como o Carlão empossado acredito que possamos ver obras. Também, pelo que posso imaginar de contratos sérios, existem datas para serem cumpridas e, se nada acontecer, o caso passa ser de justiça. Esperançosamente, aguardemos...
Aproveitando esse assunto da estrada, deixo uma pergunta intrigante “no ar”, que não serve apenas para o atual governador mas, também, para todos os outros que pretendem algum dia se candidatarem ao governo do Estado: - Quais projetos os senhores possuem para o interior do estado? Como pensam em nos ajudar criando melhores condições de desenvolvimento, onde as pessoas possam ter níveis de renda maiores que os atuais? Os senhores pensam nisto?
Pois é, apenas nestas duas considerações iniciais já toquei em assuntos da maior importância para a região. Só por isto podemos perceber que o titulo deste artigo possui fundamentos. E, como não pretendo ficar dando palpites em outras cidades, ficarei apenas na nossa, ao abordar esta questão. Como tenho leitores que me incentivam, me sinto encorajado a tratar do assunto. Vejamos:
Moramos em uma cidade de apenas 70 anos, construída e forjada por seu povo e seus políticos através de todo o tempo. Nos gabamos de ter, comparativamente com muitas outras da região, uma cidade bonita e em franco desenvolvimento. Como poucas no pais já possuímos 100% de esgoto tratado, asfalto e água encanada por toda a cidade. Nosso centro médico está crescendo bastante, o que é muito bom. Temos uma boa área educacional e acredito que haverá muito progresso por ai ainda. Temos indústrias importantes e um comercio ativo e se modernizando continuamente. Já possuímos algumas ações interessantes na área turística, que se traduzem em recursos para nossa economia. Até o tradicional carnaval de rua voltou e, muito bonito. A cidade está crescendo, os imóveis valorizando e a área física expandindo. Ai entra a pergunta: Até quando? O que queremos? Continuando...
Se formos egoístas, querendo tudo para nós, algum dia chegaremos a milhares de habitantes mais. Será que teremos empregos pata todos? Será que teremos os equipamentos básicos de serviços para todos? A que custo? E a qualidade de vida será boa? Que cidade deixaremos para nossos descendentes? Uma bela cidade ou um monstro? Uma cidade organizada, com moradias para todos, estradas e ruas organizadas, ou um monte de pedacinhos de favelas com pessoas vivendo abaixo do que possa prever o mínimo de dignidade humana?
Acredito que Votuporanga caminha para a organização, que seus administradores
e todos os demais que possuam cargos de responsabilidade vão entender perfeitamente do que estou falando. Realmente é um assunto delicado, que alguns poderão não entender, mas que, muitos conseguirão raciocinar sobre esta matéria. Não é nada para já, apenas para pensar e, ai sim, para “amanhã ou a semana que vem” alguém começar, nas alçadas próprias, a cuidar e discutir o assunto.
Me arrisco escrever sobre isto porque vislumbro, mesmo não estando aqui nas próximas décadas (não sou Matusalém), uma cidade humana, construída e pensada por todos nós, para os que residirem nela no futuro.
Nasser Gorayb é comerciante e colaborador deste jornal aos sábados