Agora não existe mais desculpa para que a obra da duplicação da rodovia Euclides da Cunha não seja realizada. A presença do governador do Estado Geraldo Alckmin, ontem em Votuporanga, foi para dar uma satisfação a toda população da região e uma forma de dizer que é para fazer acontecer. Alckmin nem precisaria vir aqui, bastaria uma assinatura em seu próprio gabinete e pronto. Mas, a sua vinda foi uma forma de apagar a imagem negativa que ficou das sucessivas tentativas frustradas de se começar a obra.
A reivindicação é antiga e, desde 1998, quando foi inaugurada a ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná, ligando São Paulo a Mato Grosso do Sul, que a região vem alertando o governo para que ofereça melhores condições de tráfego por aqui. O volume de veículos, principalmente caminhões carregados com destino ao Centro-Oeste brasileiro, cresceu muito e a rodovia tornou-se obsoleta.
Por outro lado, há que se ponderar que este canto do Estado é praticamente sempre o último a receber benefícios do Estado. E sem investimentos a coisa não anda. Precisamos alavancar a nossa economia, criar fontes de emprego e renda para os milhares de jovens que estão nos bancos escolares acreditando num futuro melhor, entretanto, se não tivermos infraestrutura para atrair grandes investidores não conseguiremos crescer de igual para igual com as demais regiões do Estado.
Desde quando foi prometida pelo ex-governador José Serra, em 2009, a burocracia do próprio Estado foi provocando a ira de toda a região. Cada político que por aqui passava prometia uma coisa. E nada... Até o ex-governador Alberto Goldman passou por um constrangimento fora do comum. Veio aqui, às vésperas da eleição, assinar a ordem de serviço, mas ele não sabia que a obra não poderia ser iniciada se as etapas burocráticas não fossem superadas. A licença ambiental, que é emitida por um órgão do próprio governo, foi um dos empecilhos. Outro obstáculo foi a falta de desapropriação de áreas que margeiam a rodovia. Diversos prefeitos roncavam grosso, cobrando a obra, mas não faziam a sua parte, que era promover a desapropriação.
Há que se lembrar o episódio desagradável entre dois deputados tucanos. A deputada estadual Analice Fernandes foi real: a obra não começa este ano (2010). O federal Júlio Semeghini peitou a situação e garantiu que começaria. Resultado: ficou em situação ruim perante a opinião pública. Mas, o próprio Semeghini resolveu encampar a briga e não descansou enquanto não conseguiu o "sim" do atual governo. Outro aspecto importante em toda a história é que o episódio serviu, pelo menos, para realçar a liderança que Votuporanga exerce na região. Todos os atos foram realizados aqui. Desde a promessa de Serra, a audiência pública do DER, a primeira assinatura da ordem de serviço e, finalmente, a ordem final dada por Alckmin, ontem. A cidade tem tudo para viver o melhor momento de toda sua história. Tem um prefeito quesonha com o melhor para todos, se dedica em tempo integral para as causas públicas, a ponto de ter deixado seus negócios de lado; tem um deputado federal, João Dado, que trouxe para Votuporanga mais de R$ 20 milhões de recursos federais; e agora um
estadual, o Carlão Pignatari, que mudou a cidade nos oito anos em que foi prefeito. São lideranças que já mostraram toda competência e estão dispostas a fazer, não só Votuporanga, mas toda a região crescer. Com a duplicação da Euclides da Cunha, agora vai!