A sociedade cada vez mais capitalista, e globalizada tem gerado muitos percalços com profissionais de diversos segmentos. A mente muitas vezes fica doente e não recebe os devidos cuidados.
Muitos tabus ainda existem em relação às doenças mentais. Na igreja são taxados de fracos e pecadores, como se os grandes homens de Deus relatados na bíblia, nunca tivessem passado por depressão.”Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais.” 1º Reis 19:4. O versículo acima conta um período de depressão de um dos maiores profetas da história; Elias. Nem por isso Deus o rotulou. Ao contrário, enviou um anjo para consolá-lo.
O despreparo de muitos clérigos é gritante sobre este assunto. Confundem doenças emocionais com espirituais, e o resultado é uma mistura de emoções que destroem a vida de muitos fiéis. Assim sendo, muitos manicômios estão cheios de eclesiásticos que nunca aceitaram tratamento, achando que assim estariam se tornando inermes na fé que pregam.
A sociedade secular também não tem o menor preparo para lidar com situações dessa envergadura. Quando alguém reconhece que está com problemas, são rotulados de incapazes e fracos. Grandes empresários ainda acham que psicólogo é para louco, e não aceitam funcionários seus que tenham algum problema social.
De nada adianta uma grande capacidade de negociação, se não conseguem perceber que um funcionário seu está com problemas. A empatia é uma ferramenta indispensável para qualquer profissional.
O rendimento que cai, a irritabilidade sem motivos, a ausência em festas da empresa, a dificuldade de relacionamento, são alguns indícios de que algo está errado. Em muitas circunstâncias, perde-se um bom funcionário por motivos fúteis, por uma frase sem tanta significância, por consequência de problemas psicológicos, que poderiam ser tratados.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 15% das pessoas depressivas que não recebem tratamento, cometem suicídio. Dos que cometem suicídio, 80% poderiam ser tratadas regularmente sem perderem suas capacidades de produção.
Infelizmente no Brasil, o tratamento psicológico, sobretudo o terapêutico é muito caro para a maioria da população. Não que os profissionais da área não mereçam um bom salário, todavia as autoridades públicas dificilmente disponibilizam tratamentos para pessoas carentes. Estamos falando de uma das doenças que mais matam no mundo.
Devemos ter a sensibilidade de olhar ao nosso redor, e verificar quantas pessoas estão agindo de maneira diferente nos últimos anos. Devemos também observar se estamos também agindo de maneira diferente, pois podemos também estarmos vivendo com problemas de saúde emocional.
Nunca diga a um depressivo que ele é fraco. Mostre a ele o quanto ele é importante para o contexto social, pois assim ele verá que o caminho a seguir é longo, e a sua história não vai parar por aqui. Pelo menos é assim que eu penso, apesar de ser leigo...
Antônio Lima Braga Júnior
toninho.braga@hotmail.com
Votuporanga - SP