Não dá para reduzir este período do ano, entre o Natal e o Ano Novo, em compras. Mas também não dá para negar esta função. Os presentes de Natal tem lá inúmeros significados e tantas outras explicações... Mas para esta matéria, o mais importante é considerar os sentimentos envolvidos no ato de presentear.
E quais seriam esses sentimentos? Paixão, amor, afeto, gratidão, reconhecimento, interesse, culpa, obrigação… Estes sentimentos determinam a escolha das pessoas a serem presenteadas e, assim, o tipo de presente certo para cada uma delas. Às vezes, escolher alguém para não presentear, é um ato mais consciente do que o ato de presentear. Ou seja: você sabe o porquê está escolhendo não presentear tal pessoa mas não sabe o porquê de presentear uma outra.
Há aqueles que priorizam o presente de Natal como uma forma de comunicar ou demonstrar os seus melhores sentimentos em relação à outra pessoa. Essas pessoas curtem este periodo: começam a observar sinais do outro, ficam imaginando o que vai agradar a pessoa a ser presenteada, qual seria a reação dela ao receber um ou outro presente e, assim, vai tomando a escolha até chegar ao presente ‘certo’; aquele que é a “sua cara”.
Com esta dedicação toda, essas pessoas acabam por doar uma parte de si junto com o presente e aqui a satisfação é mútua; de quem dá e de quem recebe. O presente, desta forma, toma uma importância simbólica, renovando laços familiares e de amizade.
No entanto, é claro que existem também aquelas pessoas que entendem o presente de Natal como mais uma oportunidade do ano para comprar, comprar e comprar. Essas pessoas vão enfrentar a Oxford Street, por exemplo, com a preocupação em comprar o máximo de coisas, gastando o menos possivel. Ufa, que stress!
Aqui, o símbolo do presente acaba por gerar uma tensão entre a obrigatoriedade e espontaneidade Dar presentes unicamente pela existência de uma expectativa social, faz a sua dimensão afetiva desaparecer.
Por isso, seja lá qual for sentido que você dê ao presente de Natal, só não vale esquecer de presentear alguém muito especial: você mesmo! Demonstre seu amor incondicional a você!!!!
Mas não se engane com o sentimento de ‘eu mereço’! É claro que você merece satisfazer os seus desejos, mas tome cuidado para não se endividar... Isso ninguém merece!
Que estes dias entre o Natal e o Ano Novo vocês deixem-se tomar pela sensação de estar fechando um ciclo, num ritual simbólico importante onde cabem avaliações, retrospectos e sementes para novos projetos. Tenham todos um ótimo Natal e um anos novo cheio de realizações!
Mariana Picolin é psicóloga formada pela PUC de Campinas, com mestrado em Psicologia Escolar e especialização em Psicodrama. email: marianapicolin@gmail.com