Dois maduros cidadãos sentiam-se desempregados e precisavam a qualquer custo arrumar emprego. Moravam num mundo distante e procuravam quase sem êxito onde poderiam resolver o tão crucial problema da falta de dinheiro. Ouviram que no Brasil havia bananais gigantescos e claro que imaginaram também haver aqui muitos macacos. Os proprietários dessas plantações odeiam esses animais. Se eles não gostam de macacos, é evidente que há no Brasil um forte mercado de matadores de macacos. Decidiram então: vamos exterminar macacos no Brasil. Puseram-se a raciocinar qual seria a melhor tecnologia para a extinção desse animal. Na literatura quase nada era encontrado nesse sentido. Acharam até que macacos eram mamíferos adorados por aqui. Ninguém tinha interesse em exterminá-los. A política de combate ao macaco ficava restrita aos proprietários dos bananais. As maneiras utilizadas pelos produtores nas capturas desses animais já não surtiam efeitos. Diz-se que num país vizinho ao Brasil também produtor de bananas, um ilustre senhor especialista em sons tropicais, artesão com muitos anos de experiência produziu um instrumento com uma madeira de nome garupá, que produzia belíssimos sons. Os sons deixavam os macacos enlouquecidos. Induziu os macacos a acompanhá-lo e quando passou pelo rio os macacos que não sabiam nadar se afogaram, eliminando esses animais de uma vez por todas. Mas como aqui no Brasil não existia essa madeira os dois interessados desprezaram a ideia. Pensaram em usar armas de fogo, mas os animais eram bem mais espertos que imaginavam. Assim que apareciam com uma arma na mão eles sumiam. Macaco é bicho atrevido e não tem nada de indolente. Resolveram então utilizar-se de cães ferozes. Mas estes após serem ensinados a eliminar macacos não se contentariam em apenas essa façanha, partiriam para o extermínio de outros animais quando a caça ao macaco estivesse na entressafra. Na ausência dos macacos, gatos, pássaros, porcos, galinhas e patos seriam vítimas fatais. Isso não seria interessante que acontecesse. É tolice acabar com macacos depois de estarem dentro dos bananais. Precisamos encontrar uma forma de impedi-los de entrar nessas plantações. Daí a ideia de eletrizar as cercas. Cercas eletrizadas macacos não entram. Serão impedidos do acesso aos bananais e extorquirem as bananas já em fase de colheitas. De posse da nova ideia se dirigiram a um fabricante de cercas elétricas e propuseram visitas aos proprietários dos bananais. Nessa operação desencadeou-se uma série de novas situações quanto a surgimento de outras empresas. Para eletrificar as propriedades era preciso de telas apropriadas, de quadros de ferros onde as telas seriam grudadas, de pintura para toda a tela, enfim, movimentou-se um enorme parque de fábricas de novos produtos, consequentemente, muita gente teria emprego novo a partir daí.
Pois é, tudo isso tem muito a ver com a situação política que atravessamos. Está cheio de macacos querendo votos. Uns já tiveram e foram eleitos, outros ainda aguardam uma próxima etapa. A urna eletrônica é nossa ferramenta para não deixar que os macacos invadam nossas plantações de bananas. Precisamos impedir que macacos não comportados ultrapassem os limites de seus habitats naturais e acabem por entrar no patrimônio do nosso povo já muito dilapidado por velhos chimpanzés. Ninguém tem o direito de impedir o crescimento intelectual e econômico que tanto almejamos. As urnas eletrônicas são ferramentas indispensáveis para que a nação brasileira possa ter um povo livre e uma melhor qualidade de vida de toda a sociedade.
Professor MSc. Manuel Ruiz Filho - manuel-ruiz@uol.com.br
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