No meu ponto de vista, não julgar para não ser julgado, é um dos mandamentos da bíblia sagrada que deve ser aprendido, decorado e utilizado nas relações humanas na sua total plenitude, mesmo porque o efeito pode ser devastador. É como bumerangue, ou seja, da mesma forma que vai, pode voltar rapidinho e na mesma medida.
Somos julgados por sermos pobres, por sermos ricos, por sermos letrados como diziam os antigos, ou por termos pouco estudo.
Somos julgados por morarmos na mansão, por moramos na favela, por poder comprar roupa de marca, ou por usar roupas doadas por uma boa alma.
Somos julgados por andarmos de bicicleta, por andarmos em carrão do ano, por conquistarmos algo e por inúmeros fracassos da vida.
Somos julgados por não termos experiência, por termos experiência demais, por sermos incapazes de realizar determinada tarefa, por sermos sonhadores, num mundo onde não há espaço para o sonho.
Somos julgados por termos cabelos enrolados, por termos cabelos lisos, por estarmos acima do peso, por estarmos magro demais, por comermos muito, por comermos pouco, por não termos a os padrões estéticos ditados pela mídia.
Somos julgados por sermos tímidos, por sermos falantes, por dizermos o que pensamos, por preferirmos o silêncio, por sermos alegres e até por sermos tristes.
Somos julgamos por sermos baixos, por sermos altos, por andarmos de cara fechada, por sermos nós mesmos, com todas as nossas virtudes e defeitos.
Somos julgados por chegarmos em primeiro, pois sempre tem alguém para dizer: Ganhou, más o que ficou em segundo lugar era muito melhor.
Somos julgados por palavras que não dissemos, por sentimentos que não existem, por não sermos tão bons na educação física, por sermos otimistas demais diante de tantos pessimistas.
Somos julgados por acreditar nas pessoas, mesmo quando essas pessoas nos decepcionam com atitudes que possam colocar em risco amizades de longos anos.
Somos julgados por darmos mais uma oportunidade, para quem já teve todas as oportunidades de aprender como se deve agir e ser melhor hoje do que foi ontem.
Somos julgados por começarmos do nada, e mesmo estudando dia e noite, ter de conviver com palavras do tipo: como ele (a) conseguiu passar num concurso com quinze mil inscritos.
Somos julgados pelo namoro de 15 anos e nada de casamento, por termos um filho e até por optarmos por não termos filhos.
Como podemos perceber, o repertório é bem variado quando se trata do risco que se corre julgando pessoas sem saber dos fatos. Penso ainda, que mesmo que saibamos da verdade, ainda sim, não nos cabe essa prática tão nociva num mundo já deteriorado pela falta de princípios.
Um das boas práticas da convivência em sociedade, está justamente em seguir religiosamente esse importante mandamento de Deus, o qual nos mostra a importância do bom senso para sabermos ouvir os dois lados da moeda para não emitirmos uma opinião sem fundamento.
Dalai Lama, prêmio Nobel da Paz, sempre defendeu a empatia, como exercício que deve ser praticado diariamente, onde devemos nos colocar exatamente no lugar do outro e assim teremos a exata dimensão dos reais motivos dessa ou daquela decisão.
Portanto, é preciso estar atento e ter o cuidado para não se cometer injustiças com pessoas, não julgando de forma precipitada, somente porque ouviu alguém dizer isso ou aquilo.
Sendo assim, vamos valorizar mais as virtudes e não os defeitos dos nossos semelhantes, até porque não sabemos o que vem pela frente.
Agindo dessa maneira, tenho plena convicção de que a vida em sociedade será muito melhor, evitando que grandes meles entendidos aconteçam na família, no trabalho, na escola, no baile, enfim, na vida em sociedade. Façamos uma reflexão junto ao travesseiro, sobre uma frase dita por Mahatma Gandhi: "Antes de dizer uma blasfêmia, prefira o silêncio". O mundo agradece.
Um forte abraço a todos e uma semana de paz.
José Carlos do Lazão - Vereador em Votuporanga