Audiência durou duas horas; acusação quer pena por latrocínio; defesa busca desqualificar para lesão corporal seguida de morte
Jociano Garofolo
O Fórum de Votuporanga recebeu na tarde de ontem a audiência, com depoimentos de testemunhas e réus, de um dos crimes de maior repercussão e comoção popular de 2014, a morte do jornalista Hélton Eduarti Souza, 28 anos, que ocorreu em fevereiro deste ano em Valentim Gentil. Por cerca de duas horas, defesa e acusação trabalharam na tentativa de sustentar suas teses.
A acusação pede a condenação dos réus por latrocínio. Já a defesa solicita que Adriano Santos Oliveira, 20 anos, seja julgado por lesão corporal seguida de morte e que a esposa dele, Vanessa Jaqueline dos Santos, 19, seja inocentada. A sentença deve ser anunciada em setembro.
A única audiência sobre o caso teve início por volta das 15h, após a chegada dos réus, que são mantidos em presídios da região. Ele está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Riolândia e a mulher, em Tupi Paulista. Os trabalhos aconteceram a portas fechadas e várias testemunhas de defesa e de acusação foram ouvidas.
A audiência é a única designada e foi realizada, mas segundo o promotor João Alberto Pereira, responsável pela acusação, não terminou ainda toda a produção de prova, porque falta ainda a oitiva (depoimento) de uma testemunha, que vai ser ouvida por meio precatória, já que reside em outra cidade, no caso, Fernandópolis. “Essa testemunha é importante porque ela é cunhada da vítima e sabe alguns fatos a respeito do ocorrido”, explicou o representante do Ministério Público.
Por conta da falta desse depoimento, não houve debates. A audiência de Fernandópolis foi designada para o dia 20 de agosto e até o fim do mês, a precatória retorna e as partes tomam ciência do que foi falado. Após isso, acusação e defesa têm o prazo de cinco dias cada para os memoriais (considerações finais) e em seguida, provavelmente em meados de setembro, deve ter a sentença.
Um dos advogados de defesa, o criminalista Gésus Grecco, disse ao A Cidade, ao fim da audiência, que as testemunhas ouvidas comprovaram os argumentos, que são “a não participação da Vanessa, esposa de Adriano, que ela não colaborou em instante algum no evento criminoso. No caso dele, nós estamos pleiteando que as acusações sejam desqualificadas e que Adriano vá para júri popular, porque não houve a intenção de roubar e nem de matar. Aconteceu uma briga entre ambos que realmente resultou na morte do Hélton”, afirmou o advogado.
Depoimentos
Perante o juiz Reinaldo Moura de Souza, da 2ª Vara Criminal, Adriano confessou que entrou em briga corporal, aplicou uma gravata, mas que “jamais imaginou que fosse matar”.
Já a Vanessa alegou que não teve participação nenhuma nos fatos e que é inocente.
Ela disse estava em casa no momento do crime e que não participou e nem sabia do que havia ocorrido.