Vizinhos denunciam que local interditado em outubro está abandonado, abriga viciados e traz risco de doenças e animais peçonhentos
Jociano Garofolo
Lacrado no dia 9 de outubro de 2013, o imóvel onde funcionava a “Creche Amigo do Idoso”, na rua Minas Gerais, está preocupando a população que mora nas proximidades. Os problemas causados pela interdição do prédio vão de sujeira, surgimento de escorpiões e ratos, proliferação de mosquitos transmissores de doenças como a dengue e, recentemente, tem abrigado usuários de entorpecentes durante as madrugadas.
A situação foi denunciada por vizinhos ao A Cidade, que, por razões pessoais, preferiram não se identificar. Uma senhora disse que no último sábado, por volta de 1h20, a Polícia Militar teve que ser acionada após cerca de cinco indivíduos desconhecidos invadirem o local para uso de entorpecentes. Segundo ela, um boletim de ocorrência chegou a ser registrado. Os indivíduos pulam por uma grade baixa na parte de frente e entram na casa, de 40 metros de largura, por 60 metros de comprimento.
O imóvel havia sido alugado para o funcionamento do lar de idosos e, após ter sido lacrado por decisão da Justiça a pedido do Ministério Público, não pode ser reaberto pelo proprietário do local para outros fins. Enquanto o caso se arrasta nos tribunais, de portas fechadas, a situação é de abandono total.
Pelo quintal é possível constatar grande quantidade de galhos e folhas, o que pode ser um atrativo para o mosquito que transmite a leishmaniose, por exemplo. Outra vizinha contou que de seis meses para cá, houve um aumento muito grande nas aparições de ratos e também de escorpiões no quarteirão.
Outro problema que preocupa é a dengue. Como ninguém pode entrar no imóvel, existe a preocupação com o surgimento de focos de reprodução do mosquito transmissor. Ainda segundo relatos dos vizinhos, há também dois botijões de gás, tipo industriais, também em situação de abandono.
Por meio da assessoria de comunicação, a Secretaria de Saúde informou que há cerca de 40 dias uma equipe do Secez (Setor de Combate de Endemias e Zoonoses) esteve no prédio acompanhada de oficial de justiça e, naquela ocasião, não foram encontrados focos de animais peçonhentos. Porém, já solicitou oficialmente uma nova visita ao local junto ao Ministério Público e aguarda posicionamento.
Relembre o caso
O lar de idosos foi lacrado por oficiais de justiça, acompanhados de assistentes sociais, funcionários da Prefeitura, e com o apoio da Polícia Militar, após denúncias de maus-tratos. Na época, todos os 12 idosos que permaneciam no local foram retirados pelos familiares. O fechamento do asilo particular aconteceu após a Justiça ser favorável ao pedido do Ministério Público, por meio do promotor Marcus Vinícius Seabra. O local pertence a uma senhora acusada pelo Conselho Municipal do Idoso (CMI) de instalar quatro idosos, com idades entre 70 e 85 anos, em uma casa de forma irregular, na rua Rio Grande, no mesmo bairro.