José Aparecido Duran disse que o trabalho é constante para evitar o “bulling”, principal motivo das desinteligências entre jovens
Jociano Garofolo
Votuporanga registrou nos últimos meses ao menos quatro casos de violência estudantil próximos às saídas de escolas, que viraram notícia. Em alguns deles, as imagens das brigas foram filmadas e ganharam as redes sociais. Em todos, a discussão entre os alunos teve início no interior das unidades de ensino, motivadas por brincadeiras, apelidos e ofensas, o chamado “bulling”. A situação tem a atenção do dirigente regional de ensino, José Aparecido Duran Neto, que diz que o trabalho para combater esse mal é frequente e tratado com o diálogo.
Duran afirma que conta com o apoio da Ronda Escolar da Polícia Militar, a qual elogiou por estar sempre presente. Além disso, mensalmente, ele convida especialistas para ministrar palestras sobre “bulling” aos diretores de todas as escolas estaduais do município. Outra ação é que toda instituição conta com a figura do “professor mediador”, que atua justamente na conciliação de um grupo de alunos com outro, prestando orientação também aos pais e aos outros professores.
“A ideia é que se diminua essa situação de “bulling” que acontece em todas as unidades. Nós temos visto grandes tragédias no mundo por conta disso. A situação existe em todos os níveis sociais e escolares. O trabalho que é feito pelos mediadores é perceber e agir onde há discórdia. Algumas situações fogem ao controle, ou os alunos não expõem os problemas para os docentes ou para o mediador. Nós temos feito um trabalho profundo sobre o “bulling””, afirma.
Questionado se acredita que houve aumento no número de casos, o dirigente diz que não. Ele cita que no caso registrado na semana passada, onde dois alunos da escola Enny Fracaro, no bairro Pozzobon, chegaram a desmaiar após serem atingidos por socos na cabeça, a briga aconteceu cerca de meia hora após o horário da saída.
“Eles marcaram a briga, foi combinado de fazer os acertos de contas fora do ambiente escolar”. A confusão em questão teria iniciado porque um dos jovens teria apelidado outro, que não teria gostado. O caso já foi resolvido após mediação e envolvimento das famílias. “É um trabalho constante, um desafio”, finaliza Duran.
Briga na internet
Nos últimos dias, dois casos de violência em saídas de escolas viraram notícia nas páginas do jornal A Cidade. Na última quinta-feira, um vídeo compartilhado em uma rede social mostrou o momento em que duas garotas foram às vias de fato, rolaram no chão e uma delas foi atingida por tapas no rosto, chutes e puxões de cabelo.
No mês de março, outra filmagem de briga foi postada e depois retirada da internet. Nas imagens feitas pelo celular de uma jovem, duas adolescentes começaram a se agredir e uma terceira também entrou na confusão.