Sem auto de vistoria, estabelecimentos funcionavam de forma irregular; Defesa Civil ainda não divulgou futuro do imóvel
Jociano Garofolo
O prédio que abrigava três estabelecimentos comerciais e quatro apartamentos residenciais que ardeu em chamas na tarde da última terça-feira (6), na avenida Emílio Arroyo Hernandes não possuía alvará de funcionamento da Prefeitura. A documentação só seria regularizada com o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros, que não foi aprovado. Por enquanto, o futuro do imóvel não foi definido, mas não está descartada a hipótese de demolição.
Segundo nota enviada na tarde de ontem pela assessoria de comunicação do Poder Executivo, "a Prefeitura de Votuporanga informa que os estabelecimentos não possuíam alvará de funcionamento por não terem apresentado o AVCB, porém, os proprietários já haviam sido notificados para tomar as providências".
Em entrevista concedida no dia do incêndio, o tenente do Corpo de Bombeiros, Alex Brito, confirmou que o prédio estava sem o auto de vistoria. O pedido foi feito, um bombeiro foi até o local para fazer a vistoria e pediu que alguns itens de segurança fossem modificados, o que não concretizado. E isso, segundo ele, pode ter agravado a situação com relação ao alastramento do fogo.
"É um detalhe importante para ser se falado. Os proprietários tinham pedido a vistoria, um bombeiro foi até o local e escreveu uma lista com alguns itens que teriam que ser verificados. E isso pode ter colaborado e muito para o incêndio", afirmou.
Quanto ao laudo da Defesa Civil, a equipe técnica tem ido ao local para fazer análises mais detalhadas da situação que o prédio se encontra no momento e aguarda o laudo da Polícia Científica para finalizar o documento. Esse trabalho pode decidir se o imóvel será interditado ou até demolido.
O boletim de ocorrência sobre o incêndio foi encaminhado para a DIG (Delegacia de Investigações Gerais), que deve dar prosseguimento ao caso. O fogo começou por volta das 12h45 da última terça-feira. Uma funcionária da loja de festas se assustou ao ver que ao fundo do estabelecimento, havia chamas no aparelho de ar condicionado. Ela buscou ajuda das companheiras de serviço, que perceberam que após um breve estouro, o fogo atingiu materiais inflamáveis, e se alastrou rapidamente..
Em seguida, alcançou a loja de cosméticos, que também possuía grande quantidade de materiais inflamáveis, ao mesmo tempo em que atingiu a imobiliária. Apenas na loja de festas, o prejuízo é de aproximadamente R$600 mil em mercadorias.