Polícia Militar foi acionada para conter tumulto após atividade do CAV, no Estádio Plínio Marin; torcedores relataram agressão
Jociano Garofolo
O futebol virou caso de polícia na noite da última segunda-feira (10), em Votuporanga. Isso porque uma manifestação de torcedores do Clube Atlético Votupo-ranguense, após o treino do time, no Estádio Plínio Marin, terminou com alguns deles agredidos e foi necessária a presença do efetivo da PM para acalmar os ânimos.
Segundo relatos de torcedores, dezenas deles estavam no estádio para acompanhar o treino do time, que disputa a Série A3 do futebol paulista. A atividade começou por volta das 20h. A torcida cobrou mais empenho do elenco, que sofreu derrota no último sábado, por 2 a 0, para o Água Santa, e caiu da quarta para a sétima posição na tabela de classificação.
Durante o treino, torcedores cantaram e cobraram os atletas de maneira pacífica. Em certo momento, o técnico do CAV, Ricardo Pinto, até parou a atividade por alguns minutos, para que os jogadores entendessem o recado da torcida. A confusão teria começado após o término do treino.
“A intenção era cobrar uma atitude da Votuporanguense. Infelizmente, estamos vendo jogadores que vieram a passeio. Queremos comprometimento. Falta um pouco mais de humildade, valor a essa cidade e a essa torcida”, disse o vereador André Figueiredo, integrante da Tura (Torcida Uniformizada Raça Alvinegra).
Segundo Figueiredo, após o fim do treino, ele e alguns torcedores foram até a porta dos vestiários para conversar com jogadores. “Fizemos a solicitação à diretoria, de que gostaríamos de falar com os jogadores, e infelizmente, o portão do campo estava trancado. Eu pedi para torcedores me acompanharem até o vestiário para que chamassem o treinador”.
O tumulto teria acontecido na porta dos vestiários. Um funcionário do CAV teria se exaltado com a situação e disparados socos e tapas contra torcedores. Com a confusão gerada, a Polícia Militar foi acionada e chegou com forte efetivo ao local. De acordo com policiais, a informação que havia sido passada via 190, e descartada no local, era de que os torcedores teriam invadido o gramado e agredido os jogadores, e não uma confusão nos vestiários.
Os policiais conversaram com os torcedores, ao menos quatro, que disseram que foram agredidos e os orientaram a registrar um boletim de ocorrência. Com a presença da polícia e muita conversa, todos os jogadores e integrantes da comissão técnica deixaram o gramado pela porta da frente, sem nenhum outro registro de violência. Ao final, atletas conversaram com os torcedores e o clima ficou em paz.
“O funcionário do CAV teve um atitude imatura e tentou agredir os torcedores. Ele foi contido, e a torcida se revoltou. O mais importante é que o funcionário viu que estava errado, reconheceu o erro. Acertamos-nos ali, ele pediu desculpa e passamos uma régua em cima”, disse Figueiredo. O reencontro do time com a torcida após o incidente acontece hoje, às 20h, no Plínio Marin, em partida entre CAV e São Carlos.