Clima foi tenso ontem e presos de Votuporanga e região entraram no presídio apenas com presença de policiais fortemente armados
Jociano Garofolo
A quinta-feira (20) foi de clima tenso nos portões da Penitenciária "João Batista de Santana", em Riolândia. Dezenas de presos e suas escoltas foram impedidos de entrar na unidade. O impasse foi resolvido apenas com as presenças de policiais civis fortemente armados e do comando da Polícia Militar de Votuporanga. Uma manifestação de agentes penitenciários em greve está programada para hoje, por volta das 8h e segundo eles, as visitas de familiares aos detentos no próximo sábado e no domingo podem não acontecer, se as reivindicações do movimento não forem atendidas.
Ontem, 16 dos 22 presos que estavam na Cadeia Pública de Votuporanga foram impedidos de entrar na unidade prisional no período da manhã. A viatura de escolta foi até Riolândia, mas teve que tomar caminho de volta. Os detentos retornaram para as celas e apenas no período da tarde, seguiram novamente para a penitenciária.Na saída da cadeia, houve forte esquema de segurança montado pelos policiais civis da DIG (Delegacia de Investigações Gerais)
Segundo agentes penitenciários grevistas, que com medo de algum tipo de punição, preferiram não se identificar, em entrevista ao A Cidade no portão da penitenciária, o movimento começou no dia 11, na terça-feira da semana passada. A orientação da liderança da greve, em São Paulo, era de que nenhum preso deveria entrar na unidade prisional, com o uso de força física se necessário.
Pela manhã, as primeiras escoltas, com presos das cadeias de Votuporanga, Jales e Guarani D´Oeste, chegaram aos portões em Riolândia. Ainda segundo os agentes, o clima foi tenso. Com a presença de policiais civis das três cidades, fortemente armados, e também com representantes do comando da Polícia Militar de Votuporanga, os grevistas decidiram recuar, e nenhum caso de violência foi registrado.
As viaturas com os presos seguiram para o interior da penitenciária, mas a paralisação e a barragem nos portões vão continuar. "A intenção é não deixar entrar. Provavelmente, não terá visitas no sábado e no domingo. O governador está jogando as polícias e até os detentos contra os agentes, mas a greve vai continuar", afirmou um grevista. Hoje pela manhã, uma manifestação em frente ao portão deve reunir cerca de 30 agentes.
Reivindicações
Segundo os servidores do sistema prisional em greve, são três as principais reivindicações que devem ser atendidas para que o movimento chegue ao fim. A primeira é a diminuição de duas classes, o que resultaria em um aumento de cerca de 15%. A segunda é reajuste de 20% da inflação sobre o valor pago aos agentes. E a terceira é o reajuste do salário real em 5%. Mais de 30 mil agentes estão em greve em todo o Estado.