Em Votuporanga, 21 pessoas morreram em ruas, avenidas e rodovias que cruzam a cidade; “luz amarela está acesa”, diz delegado
Jociano Garofolo
Quem vive em Votuporanga sabe que um dos principais problemas enfrentados pela população diariamente é a violência no trânsito. O que se percebe nas ruas, com cerca de sete acidentes por dia na cidade, reflete nos dados da Secretaria de Segurança Pública, divulgados mensalmente. O último balanço, de dezembro, fecha uma triste estatística: 21 pessoas perderam a vida em ruas, avenidas e rodovias que cruzam a cidade no ano passado.
Para se ter uma ideia da violência causada pelos acidentes de trânsito, basta comparar esse número com as estatísticas criminais. Por exemplo, o número de pessoas que morreram assassinadas no mesmo período, os chamados homicídios dolosos (quando fica carcterizada a intenção de matar) foi de apenas oito. Ou seja, quase três vezes menos que as vítimas mortas em veículos automotores. O número foi um pouco maior que o registrado em 2012, quando ocorreram 19 mortes e também em 2011, que teve 15 mortes.
Outro dado que impressiona corresponde ao número de feridos em acidentes. Foram 1174 registros em boletins de ocorrências de lesão corporal no trânsito. A média é de 3,21 por dia. Nos anos anteriores, 1182 pessoas ficaram feridas em 2012 e 1247 em 2011.
Em entrevista recente ao A Cidade, o delegado seccional Osny Marchi, que por 12 anos esteve à frente da 29ª Ciretran de Votuporanga e que possui ampla experiência no assunto, Votuporanga segue uma triste tendência nacional, que pode estar sendo agravada pelo aumento da frota de veículos e também pelo crescimento populacional. “Votuporanga está dentro de uma realidade nacional. Da minha parte, gostaria que não acontecesse nenhum acidente, mas acaba acontecendo. Precisamos analisar o fator frota de veículos com o fator crescimento da população, mas está dentro do parâmetro de anos anteriores. Mas a nível geral, está crescendo sim no Brasil o número de acidentes de trânsito com vítimas e com morte”, afirma o delegado seccional. Segundo Osny Marchi, a luz amarela está acesa e é hora das autoridades envolvidas com a questão do trânsito voltar a atenção para dois pilares: a reeducação no trânsito e a formação dos condutores. “Eu quero acreditar que é hora dos órgãos envolvidos com o trânsito fazer uma grande reestruturação e pensar mais em reeducar esse condutor. Além de reeducar, também pensar bastante na formação. A luz amarela está acesa”.